Ponto de vista “adultocêntrico”, forma como se concebe a
aprendizagem das crianças a partir da própria perspectiva do adulto que já
domina o conteúdo que quer ensinar.
“A partir dessa perspectiva, o professor (do lugar de quem já
sabe) define, a priori, o que é mais fácil e o que é mais difícil para os
alunos e quais os caminhos que eles devem percorrer para realizar as atividades
desejadas”.
“A adoção de uma postura adultocêntrica não é uma decisão
voluntária dos professores, uma vez que, o conhecimento científico que trazem
consigo, não lhes permite enxergar e acolher uma outra concepção de
aprendizagem relacionada à perspectiva do aprendiz”.
“A metodologia nas cartilhas de alfabetização contribui para
o fracasso escolar”.
A partir das pesquisas realizadas por Emília Ferrero e Ana
Teberosky (1970), Psicogênese da Língua escrita, observou-se que “em uma
sociedade letrada, as crianças constroem conhecimentos sobre a escrita desde
muito cedo, a partir do que observam na interação com o seu meio físico e
social e das reflexões que fazem a esse respeito.“
“As pesquisas evidenciaram que quando as crianças ainda não
se alfabetizaram, buscam uma lógica que explique o que não compreendem,
elaborando hipóteses muito interessantes sobre o funcionamento da
escrita.”
“As crianças constroem hipóteses sobre a escrita e seus usos
a partir da participação em situações nas quais os textos têm uma função social
de fato.”
“É possível enxergar o que o aluno já sabe a partir do que
ele produz e pensar no que fazer para que aprenda mais.”
“A função do professor é criar condições para que o aluno
possa exercer a sua ação de aprender participando de situações que favoreçam a
atividade mental, ou seja, o exercício intelectual.”
“Em uma concepção de aprendizagem construtivista, o
conhecimento é visto como produto da ação e reflexão do aprendiz.”
“A criança representa a escrita de diferentes modos, como a
representação de um conhecimento sobre a escrita que precede a compreensão real
do funcionamento do sistema alfabético.”
“Para aprender, a criança passa por um processo que não tem a
lógica do conhecimento final, como é visto pelos adultos.”
Para Piaget “o conhecimento é resultado da interação do
sujeito com o meio externo, que é um processo no qual o sujeito participa
ativamente, modificando o meio no qual está inserido e sendo, também,
modificado por esse mesmo meio.”
“O modelo geral no qual se apóia a Psicogênese da Língua
Escrita é de que há um processo de aquisição no qual a criança vai construindo
hipóteses sobre a escrita, testando-as, descartando umas e reconstruindo
outras.”
“O modelo de ensino atualmente relacionado ao construtivismo
chama-se aprendizagem pela resolução de problemas (situações-problema).”
“Para ser capaz de aprender permanentemente, a bagagem básica
necessária atualmente é acadêmico-cultural, em que se articulam conhecimentos
de origem tradicionalmente escolar e aqueles relacionados aos movimentos
culturais da sociedade (formação geral).”
A escola tem uma tripla função:
“Levar o aluno a aprender a aprender; dar-lhe os fundamentos
acadêmicos e equalizar enormes diferenças no repertório de conhecimentos dos
aprendizes*.”
·
“É
praticamente impossível a escola realizar sozinha essa terceira função, mas sua
contribuição é essencial, pois é preciso pensar como agir para democratizar o
acesso e às possibilidades e construção de conhecimento.”
Fonte: Weisz, Telma. O Diálogo entre o Ensino e a
Aprendizagem.
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