quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Minha mensagem de Ano Novo

Em 2017 quero continuar a ouvir boa música.

Quero ouvir Legião Urbana, Pais e Filhos; Elis Regina; Como os nossos pais; Geraldo Vandré, Para não dizer que não falei das flores; Canção da América, Milton Nascimento; Chico Buarque, Vai passar; Caetano Veloso, Sozinho; Ana Carolina, Garganta; |Ainda Bem, Marisa Monte; Biquini Cavadão, Envelheço na cidade; ... e muitas outras músicas e intérpretes. 

Em 2017 quero viajar para praia.

Passar alguns dias na casa do meu primo em Caraguatatuba, descansar e descansar.

Viajar para o nordeste e conhecer uma nova capital de um novo estado.

E novamente passear e descansar mais um pouco.

É tempo de recarregar energias. É tempo de fazer nada. É tempo de comemorar o prazer de viver e observar a vida que passa.

Passando lentamente ou mesmo rapidamente, dependerá dos fatos e acontecimentos.

Porém se faz necessário esse tempo. Tempo de refletir e de planejar pequenas coisas.

Para tudo é preciso ter saúde e paz para que a vida siga seu curso, como um rio que passa de forma contínua e lenta.

Quando os primeiros dias de janeiro se forem, uma quinzena terá passado e novas ideias irão fluir e possibilitar novas aprendizagens.

Um novo ano de trabalho será o prenúncio de uma nova etapa.

Essa etapa começa com o planejamento de novas ações e com a continuidade de todas as construções que individualmente e coletivamente foram constituídas em 2016.

Que essa nova etapa seja cheia de desafios e possibilidades, pois somos motivados pela incerteza do que virá.

Feliz novo ano que aos poucos nos chega e adeus velho ano que aos poucos se vai!

(Lúcio Mauro Carnaúba)      

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Centro Paula Souza lança o Guia de Internet 2017

http://www.cps.sp.gov.br/publicacoes/guia-da-internet/2017/2017_guia_internet.pdf 

Fonte: https://seesp.sharepoint.com/sites/intranet/noticias/Paginas/centro-paula-souza-laca-o-guia-de-internet-2017.aspx

São Paulo divulga calendário escolar da rede estadual 2017

Datas foram publicadas no Diário Oficial e estabelecem os períodos de aulas e recessos; os 200 dias letivos estão garantidos.


O calendário escolar de 2017 já está definido. As datas foram publicadas pela Secretaria da Educação de São Paulo no Diário Oficial. No próximo ano, as atividades de alunos e professores terão início em 1º de fevereiro. A data é a mesma em todas as 5 mil unidades de Ensino Fundamental, Médio e Educação de Jovens e Adultos.
O documento determina ainda para 28 de junho o fim do primeiro semestre. Por sua vez, as aulas regulares do segundo semestre têm começo agendado para 31 de julho. Para garantir o cumprimento dos 200 dias letivos, previstos na Lei de Diretrizes e Bases (LDB), as escolas devem encerrar a programação pedagógica, no mínimo, no dia 21 dezembro.

Atividade
Data
Início das aulas 2017
1º de fevereiro
Recesso escolar
29 de junho a 30 de julho
Início do 2º semestre
31 de julho
Fim do ano letivo
A partir de 21 de dezembro

Matrículas e transferências
         Ao longo de todo o mês de janeiro, as escolas recebem matrículas de novos alunos interessados em ingressar na rede estadual. Para fazer o cadastro basta se dirigir à unidade de ensino mais próxima e preencher o formulário. É indicada a apresentação de documento de identidade (certidão de nascimento e RG) e comprovante de residência. No caso de alunos menores de idade, o cadastro deve ser feito por pais ou responsáveis.​

Rosa dos ventos - Atividade Muito Interessante!

https://drive.google.com/file/d/0B65xmAIB-Kr6dU9jYXpIdENQYzQ/view?usp=sharing

Dúvidas quanto a Língua Portuguesa!

http://www.portaldalinguaportuguesa.org/novoacordo.php?action=novoacordo&act=list&letter=z

4 DESAFIOS PARA O PROFESSOR NO BRASIL

O que é ser professor no Brasil? A pergunta é complicada de se responder. Estamos falando de uma profissão com problemas estruturais e que, ao mesmo tempo, carrega uma grande expectativa por parte da sociedade e dos governantes.
De modo geral, a carreira do professor brasileiro está cercada por desafios desde o início. Desde a formação, passando pelos baixos salários e perspectivas de crescimento na carreira, além das más condições de trabalho. Esse cenário comum à maioria dos docentes (sobretudo os que dão aulas para a rede pública de ensino) é um dos fatores que leva a educação brasileira a apresentar resultados ruins em exames internacionais que medem a avaliação de nossos alunos, por exemplo.
Nós já listamos 4 desafios para a educação no Brasil e, agora, destacamos outros 4 pontos que atingem diretamente os professores. Você acrescentaria mais algum?
Boa leitura!

1) Formação adequada

O Censo da Educação 2015 revelou que 40% dos professores que atuam nas escolas públicas brasileiras não têm formação adequada para as disciplinas que dão aulas. Em números absolutos, isso significa que dos 518 mil docentes, 200 mil ensinam alunos matérias de áreas diferentes às quais se formaram. Estão nessa situação quase 70% dos professores de Física, por exemplo.

Outro dados espantoso é que 12% dos professores brasileiros sequer terminaram o ensino superior. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), isso tem uma justificativa – o que revela outros grandes desafios para o professor no Brasil: baixos salários e falta de atratividade na profissão, o que resulta também no baixo interesse dos alunos.

2) Valorização é um dos desafios para o professor no Brasil


Sobretudo nos últimos anos, em que o brasileiro passou a se manifestar de forma presente nas ruas das principais cidades, a educação passou a ser vista (e, de certa forma, exigida pela sociedade) como prioridade. No entanto, esse discurso esbarra na prática adotada pelos municípios, estados e a União.
O aspecto mais básico dessa discussão começa pelo pagamento de um salário justo. No Brasil, o piso para a categoria, considerando uma jornada de trabalho de 40 horas semanais nas escolas públicas, é de R$ 2.135,64. No entanto, mesmo se tratando de lei, vários estados sequer cumprem o que determina o texto.
Em março deste ano, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) divulgou um balanço em que 14 estados ainda não cumprem com a determinação. De acordo com a tabela, os governos de Alagoas, Goiás, Maranhão, Paraíba, Paraná, São Paulo, Tocantins e Rio Grande do Sul não pagam o valor do piso para os professores com formação de nível médio. Os que têm formação superior recebem o valor atualizado. Já os governos estaduais da Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, Rondônia e Pernambuco não pagam o valor no vencimento (como determina a lei), mas usa de gratificações e complementações para chegar ao valor no contracheque. Espírito Santo não paga o piso salarial nem mesmo dessa forma.


3) Violência em sala de aula

Esse cenário de desvalorização dos docentes é, sem dúvida, uma das causas para um outro dado preocupante que veio à tona em um levantamento feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Conforme os resultados de uma pesquisa global feita com mais de 100 mil professores em todo o mundo, o docente brasileiro é o que mais sofre com a violência em sala de aula.
De acordo com o estudo, nada menos que 12,5% dos docentes brasileiros questionados disseram ser vítimas de agressões verbais ou outras formas de intimidação por parte de alunos ao menos uma vez por semana. O índice é quase quatro vezes superior à média obtida em outros países – os que chegam mais perto dessa realidade são a Estônia (11%) e a Austrália (9,7%), ao passo que Coreia do Sul, Romênia e Malásia registraram índice zero. O chefe da divisão de inovação e mediação de progressos em educação da OCDE, Dirk van Damme apresentou uma justificativa para o índice: “A escola, hoje, está mais aberta à sociedade. E os alunos levam para sala de aula seus problemas cotidianos”.

4) O multi professor de horário integral

Uma outra característica típica do ensino brasileiro e que vai na contramão do que é adotado nos países com bons índices de educação é a carga horária do professor. A começar do tempo gasto dentro da sala de aula. De acordo com uma pesquisa da OCDE, em média, os professores brasileiros trabalham 25 horas semanais. Isso é maior que a média dos demais países estudados – em que os docentes passam, cerca de 19 horas dando aulas a seus alunos.
Aliás, o perfil do trabalho do professor brasileiro, como um todo, também difere do restante do mundo. Enquanto em outros países com índices melhores que o nosso o professor passa menos tempo em sala de aula e trabalha em apenas uma escola de horário integral, aqui o cenário é o oposto: muito tempo em sala e dando aulas em mais de uma escola.
De acordo com dados da Pesquisa Internacional de Ensino e Aprendizado (Talis), nada menos que 60% do total dos docentes trabalha em mais de uma instituição de ensino. Esse dado é bastante diferente do que se vê em outros países, que se destacam com uma boa qualidade na educação. Na Coreia do Sul, a dedicação exclusiva é realidade para 99,3% dos docentes; em Cingapura, 95%; e na França, 85%. A média é de 82%.
Sem dúvida, os aspectos levantados neste texto – como os baixos salários e a desvalorização da profissão – forçam os docentes a trabalhar em mais de uma escola e em mais de um turno. Gostaríamos de saber de você qual a realidade na escola em que você dá aula. Você se enquadra nesse panorama? Tem outros desafios para compartilhar? Escreva neste post.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Apenas Sugestões que estão sendo publicadas no BLOG

https://drive.google.com/file/d/0B65xmAIB-Kr6QWpQTUZfOFI0N2s/view?usp=sharing

Atividades Matemáticas para o Sétimo Ano

https://drive.google.com/file/d/0B65xmAIB-Kr6eHF4ZVJqY29wQ1U/view?usp=sharing

2017 - Acolhimento

















O QUE VOCÊ CONSEGUE (OU NÃO) MUDAR EM SI MESMO | LUIS ALBERTO HANNS

Divulgação de Atividades na UNICAMP/2017

Fonte: www.ime.unicamp.br/lem

2017 - Com os pés em 2016 e o olhar em 2017











Fotos de Ibiúna - Osasquenses e Jundiaienses















Faz alguns anos? 

Lembranças a todos!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Como definir o pacto de convivência com os alunos no começo do ano?


No primeiro dia de aula, é comum que os professores, durante suas apresentações, falem das regras a serem seguidas ao longo do ano – bem como das consequências quando forem descumpridas. Acontece que, na maioria das vezes, mais cedo do que desejamos, os alunos não só deixam de se orientar por elas, como simplesmente as esquecem. Isso, normalmente, desencadeia desgastes e conflitos nas relações entre os docentes e os estudantes. O que podemos fazer, então, para evitar os embates?
A resposta está relacionada aos nossos objetivos como educadores. Se desejamos auxiliar na formação da autonomia cognitiva e moral dos alunos, logo entenderemos que não basta listar o que pode ou não ser feito por eles. É necessário engajá-los em suas responsabilidades. E para fazer isso, os primeiros contatos no início do ano são muito favoráveis. Neste momento, há por parte dos alunos e professores maior disposição para um diálogo desse tipo.
Por isso, além da conversa “quebra-gelo”, quando o docente faz sua apresentação pessoal, vale sugerir que ele proponha à turma uma atividade reflexiva sobre a qualidade do clima que se quer e se deve ter, focando nas características relacionais e não nas materiais. É possível que já neste momento algumas regras surjam naturalmente. A ideia é discutir e construir com cada turma os acordos, o contrato ou o pacto de convivência – a escolha do nome, junto com os alunos, também faz parte da atividade.
Nesta atividade, o ideal é que se registre todas as sugestões apresentadas pela garotada, mesmo aquelas “sem noção” e, depois, se faça um debate sobre quais itens registrados são direitos de cada um e quais são os de todos. Cabe ao professor deixar claro para a classe que o direito de um nunca deve ferir o direito do outro. Via de regra, os alunos destacam alguns pontos que se referem aos direitos centrais de uma Educação de qualidade. Isso abre espaço para o professor resumir tudo em uma lista que agrupe os tópicos de acordo com o princípio ao qual eles se relacionam.Por exemplo: “Ter mais de uma explicação para entender uma tarefa” e “ter aulas ‘diferentes’” estão ligados ao princípio de uma boa aprendizagem. “Poder errar sem medo de ser ‘zoado’” e “ser chamado a atenção em particular e não na frente de todos”, por sua vez, diz respeito aos princípios do respeito e da justiça.
À medida que os direitos são agrupados, é importante também tratar sobre as responsabilidades, afinal não há como desvincular uma coisa da outra. Identificar o que compete a cada um para que os direitos sejam preservados será, portanto, um processo natural, verdadeiro e reflexivo. Assim que o quadro estiver completo, é hora de nomear os princípios presentes: boa aprendizagem, comunicação, segurança, respeito etc. O resultado disso é contrato de convivência da turma, que, como tal, deve se tornar público,tanto para os estudantes como para as famílias.
No decorrer dos dias, serão muitas as oportunidades de convidar a classe ou, quando for o caso, alguns alunos em particular, a refletir sobre quais princípios estão sendo preservados – ou não –, o porquê e o que deve ser feito para garanti-lo. Quanto mais professores adotarem uma prática reflexiva sobre a convivência na escola, maior a chance das atitudes positivas estarem presentes nas relações.
Se o professor decidisse apenas criar um quadro de regras e ditá-las aos alunos, eles poderiam até decorá-las caso elas fossem repetidas muitas vezes, mas, certamente, não seriam internalizadas – o que, de fato, nos interessa para o desenvolvimento da autonomia. Obedecer à regra sem pensar a razão de ela existir e se realmente é justa e necessária é estar ancorado na heteronomia. O processo descrito acima, sem dúvida, é mais trabalhoso. Mas nos garante a coerência em relação aos nossos objetivos.

OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO – Jaques Delors


(FICHAMENTO)





Nota explicativa

Os quatro pilares da Educação são conceitos de fundamento da educação baseados no Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional Sobre Educação para o Século XXI , coordenada por Jacques Delors.

No relatório editado sob a forma do livro: “Educação: Um Tesouro a Descobrir” de 1999 e reeditado pela Editora Cortez (tendo parte da 7ª edição, de 2012, como base para este fichamento), a discussão dos “quatro pilares” ocupa todo o quarto capítulo, onde se propõe uma educação direcionada para os quatro tipos fundamentais de educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver com os outros, aprender a ser, eleitos como os quatro pilares fundamentais da educação.
Abaixo segue o fichamento deste capítulo. Boa Leitura !!!

Fichamento

Um dos maiores desafios para a educação será a transmissão, de forma maciça e eficaz, da informação e da comunicação adaptadas à civilização cognitiva (pois estas são as bases das competências do futuro). Simultaneamente, compete ao ensino encontrar e ressaltar as referências que impeçam as pessoas de ficarem ilhadas pelo número de informações, mais ou menos efêmeras, que invadem os espaços públicos e privados. Assim como, orientar os educandos para projetos de desenvolvimento individuais e coletivos.
Para dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve organizar-se  em torno de quatro aprendizagens fundamentais, que ao longo da vida humana, serão pilares do conhecimento: aprender a conhecer (adquirir instrumentos de da compreensão), aprender a fazer (para poder agir sobre o meio envolvente, aprender a viver juntos (cooperação com os outros em todas as atividades humana), e finalmente aprender a ser (conceito principal que integra todos os anteriores).  Estas quatro vias do saber, na verdade, constituem apenas uma, dado que existem pontos de interligação entre elas.
Geralmente, o ensino se apoia apenas em um dos pilares: aprender a conhecer, e em menor escala, no aprender a fazer. Os outros dois pilares ou são negligenciados, ou são subentendidos como prolongamentos naturais dos dois primeiros. A Delors (2012) entende ensino estruturado a fim de que a educação surja como uma experiência global a ser concretizada ao longo de toda a vida, tanto no plano cognitivo quanto no prático (pg 74).

1- Aprender a conhecer

Esta aprendizagem deve ser encarada como um meio e uma finalidade da vida humana (já que a educação deve ser pensada e planejada para ocorrer em todas as fases da vida). Simultaneamente ela visa não tanto à aquisição de um repertório de saberes codificados, mas antes, o domínios dos próprios instrumentos do conhecimento. É um meio, porque pretende que cada um aprenda a compreender o mundo que o cerca, pelo menos na medida em que isso lhe é necessário para viver dignamente. Finalidade, porque seu fundamento é o prazer de compreender, de conhecer, de descobrir.
A tendência para prolongar a escolaridade e o tempo livre deveria levar os adultos a apreciar, cada vez mais, as alegrias do conhecimento e da pesquisa individual. O aumento dos saberes, que permitem compreender melhor o ambiente sob os seus diversos aspectos, favorece o despertar da curiosidade intelectual, estimula o sentido crítico e permite compreender o real, mediante a aquisição de autonomia a capacidade de discernir.
(DELORS, Jacques 2012 pg 74)
Como o conhecimento humano é múltiplo evolui infinitamente, torna-se cada vez mais inútil tentar conhecer tudo. No entanto, a especialização (até para os futuros pesquisadores) não deve excluir a cultura geral. Esta cultural geral é entendida como uma abertura para outras linguagens e a outros conhecimentos. Fechado em sua própria ciência, o especialista corre o risco de se desinteressar pelo que fazem os outros. A formação cultural implica na abertura a outros campos de conhecimento e, assim, pode operar fecundas sinergias entre as disciplinas.
Aprender para conhecer pressupõe, antes de tudo, aprender a aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento. O exercício da memória é um antídoto necessário contra a submersão pelas informações instantâneas difundidas pelos meios de comunicação social, já que, somos sobrecarregados de conhecimentos superficial e de consumo imediato. Também, se devem combinar, tanto no ensino como na pesquisa, dois métodos muitas vezes apresentados como antagônicos: o dedutivo e o indutivo. Dependendo da disciplina ensinada, um método terá mais destaque do que o outro, no entanto, o encadeamento de ambos se faz necessário.

2- Aprender a fazer

Aprender a conhecer e aprender a fazer estão, em larga medida, indissociáveis. No entanto, a segunda aprendizagem está mais estreitamente ligada à questão da formação profissional.
Nas sociedades assalariadas que se desenvolvem a partir do modelo industrial ao longo do século XX, a substituição do trabalho humano pelas máquinas tornou cada vez mais imaterial e acentuou o caráter cognitivo das tarefas. Aprender a fazer não deve limitar o ensino apenas a uma tarefa material bem definida.

Da noção de qualificação à noção de competência
O progresso técnico modifica, inevitavelmente, as qualificações exigidas pelos novos processos de produção. As tarefas puramente físicas são substituídas por tarefas de produção mais intelectuais ou mentais, como o comando de máquinas, a sua manutenção e sua vigilância, ou por tarefas de concepção, de estudo e de organização, à medida que as máquinas também se tornam mais “inteligentes”, e que o trabalho se “desmaterializa” (pg 76). Qualidades como a capacidade de comunicar, de trabalhar com os outros, de gerenciar e de resolver conflitos, tornam-se cada vez mais importantes. E essa tendência torna-se mais forte devido ao desenvolvimento do setor de serviços.

A “desmaterialização” do trabalho e a importância dos serviços entre as atividades assalariadas
A “desmaterialização” da aprendizagem aumenta economia voltada para o setor de serviços. Esse setor altamente diversificado define-se, sobretudo, pela negativa: seus membros não são nem industriais nem produtores agrícolas e, apesar da sua diversidade, têm em comum o fato de não produzirem bens materiais. Muitos serviços definem-se principalmente em função das relações interpessoais a que dão origem. O desenvolvimento do setor terciário exige, pois, cultivar qualidades humanas que as informações tradicionais não transmitem, necessariamente, e que correspondem à capacidade de estabelecer relações estáveis e eficazes entre as pessoas (pg 77).  Agora, as relações interpessoais mostram-se cada vez mais importantes para a solidificação de uma educação que traga a criticidade ao educando.

3- Aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros

Esta aprendizagem, sem dúvida, representa um dos maiores desafios da atualidade. O mundo atual está repleto de violência, em oposição à esperança que alguns têm no progresso da humanidade.  Sobre isto, Delors (2012) nos orienta:
É de se louvar a ideia de ensinar a não violência na escola, mesmo que apenas constitua um instrumento, entre outros, para se combater os preconceitos geradores de conflitos.  A tarefa é árdua porque, naturalmente, os seres humanos têm a tendência de supervalorizar as suas qualidades e as do grupo a que pertencem, e a alimentar preconceitos em relação aos outros. Por outro lado, o clima geral de concorrência que atualmente caracteriza a atividade econômica no interior de cada país e, sobretudo no nível internacional, tende a dar prioridade as espirito de composição e ao sucesso individual. De fato, essa competição resulta, na atualidade, em uma guerra econômica implacável e em uma tensão entre os mais e os menos favorecidos, que divide os países do mundo e exacerba as rivalidades históricas. É de se lamentar que a educação contribua, por vezes, para alimentar esse clima, devido a uma má interpretação da ideia de emulação.
(DELORS, Jacques 2012 pg 79)
A educação deve utilizar duas vias complementares. Primeiramente a descoberta progressiva do outro. Num segundo nível, e ao longo de toda a vida, a participação em projetos comuns, tendo este método o intuito de evitar ou resolver os conflitos latentes.

A descoberta do outro
A educação tem como missão transmitir conhecimentos sobre a diversidade da espécie humana, assim como, conscientizar as pessoas sobre as semelhanças e interdependências que existem entre todos os cidadãos do planeta.
Uma vez que a descoberta do outro passa, necessariamente, pela descoberta de si mesmo, e pelo fato de que deve dar à criança e ao adolescente uma visão ajustada do mundo, a educação, seja ela fornecida pela família, pela comunidade ou pela escola, deve, antes de mais nada, ajudá-los a descobrir-se a si mesmos.
(DELORS, Jacques 2012 pg 80)
A tática de ensinar aos jovens a adotar a perspectiva de outros grupos étnicos ou religiosos, pode evitar atritos que produzem o ódio entre adultos. Assim como, o ensino da historia das religiões ou dos costumes pode servir de referencia vantajosa para futuros comportamentos.

Tender para objetivos comuns
As diferenças e até mesmo os conflitos interindividuais tendem a reduzir-se quando os jovens trabalham conjuntamente em projetos motivadores (o desporto é um ótimo exemplo disso). Neste caso, estamos valorizando a coletividade em detrimento à individualidade. Outra alternativa bastante viável é a inserção de jovens em projetos de ajuda social.

4- Aprender a ser

A educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa – espirito, corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, reponsabilidade pessoal e espiritualidade. Todo o ser humano deve receber uma educação que lhe dê ferramentas para o despertar do pensamento crítico  e autônomo, assim como para formular seus juízos de valor e ser autônomo intelectualmente.
Mais do que nunca a educação parece ter como papel essencial, conferir a todos os seres humanos a liberdade de pensamento, o discernimento, os sentimentos e a imaginação de que necessitam para desenvolver os seus talentos e permanecerem, tanto quanto possível, donos de seus próprios destinos (pg 81).
A diversidade de personalidades, a autonomia e o espirito de iniciativa, até mesmo o gozo pela provocação, são suportes da criatividade e da inovação.  O que poderia parecer apenas como uma forma de defesa do indivíduo perante a um sistema alienante ou considerado como hostil, é também por vezes a melhor oportunidade de progresso para as sociedades (pg 81).
Na escola, a arte e a poesia deveriam ocupar um lugar mais importante do que aquele lhes é concedido, em muitos países, por uma espécie de ensino tomado mais utilitarista do que cultural. Além disso, a preocupação em desenvolver a imaginação e a criatividade deveria também revalorizar a cultura oral e os conhecimentos retirados da experiência da criança e do adulto.
(…)
Esse desenvolvimento do ser humano, que se realiza desde o nascimento até a morte, é um processo dialético que começa pelo conhecimento de si mesmo para se abrir, em seguida, à relação com o outro. Nesse sentido, a educação é, antes de mais nada, uma viagem interior, cujas etapas correspondem à da maturação contínua da personalidade.
(DELORS, Jacques 2012 pg 82)

Fonte:  https://blogdonikel.wordpress.com/2014/05/06/os-quatro-pilares-da-educacao-jaques-delors-fichamento/