terça-feira, 30 de abril de 2019

Descanse em paz Elizabeth Santos Leal de Carvalho, ...

Nuvens, Paisagem, Além, Céu, Raios

... mais conhecida como Beth Carvalho.

"Você foi uma cantora e compositora brasileira de samba que cantou e nos encantou com sua maravilhosa voz e suas composições."

(Lúcio Mauro Carnaúba)

Fonte: https://pixabay.com/pt/images/search/

PEI "Lucy Anna Carrozo Latorre" - Preparando-se para trabalhar ideias da Geometria ...

no Dia das Mães, Avós, Responsáveis,..., enfim das Mulheres significativas para nossas vidas.

Construção de um coração geométrico com régua e compasso e de um cartão no formato de coração a partir da observação de um determinado eixo de simetria (axial).

Atividade que também será proposta: "Tangram do Coração Partido."

Habilidade: identificar figuras geométricas planas, composição e decomposição de figuras. 






   
Fonte das Imagens: celular do Professor Lúcio (corações)

PEI "Lucy Anna Carrozo Latorre" - Construção de Painéis pelos alunos do Sétimo Ano B


Orientação de Estudos

Dia Nacional da Matemática
06/05/2019

Algumas ideias valorizadas nesta atividade: concentração, as regularidades observadas ao fazer cada produto proposto, a organização e a estruturação desta adaptação de um Painel.

Parabéns aos alunos participantes desta atividade!  











Fonte das Imagens: https://br.pinterest.com/ (Tabuada do 2 ao 20)

domingo, 28 de abril de 2019

Jornal Joca na Sala de Aula - PEI "Lucy Anna Carrozo Latorre"


Orientações de Estudos - Sétimo Ano B

Habilidade: Localizar informações explícitas em um texto.

"40% das pessoas não detectam imagens manipuladas." Jornal Joca. Edição 98, Primeira Quinzena - Agosto/2017

"Russos de olho no Ártico." Jornal Joca. Edição 94, Maio de 2017.

Acesso: www.jornaljoca.com.br

Parabéns a todos os Educadores do nosso imenso país!


Por que o coordenador pedagógico pode ser o melhor formador de professores


A formação do professor está muito vinculada à ideia de que ele deve ser o especialista de sua disciplina, mas isso precisa mudar
SalvarPor: Ewerton de Souza
formação de professores é uma das estratégias mais apontadas quando se fala em qualidade educacional. As possibilidades de viabilizar tal formação são inúmeras, mas aqui vou me ater a uma delas: o papel do coordenador pedagógico na formação continuada de docentes.
Em conversas com colegas percebi que é mais comum que o coordenador pedagógico se enxergue como multiplicador ou articulador dessas formações. Defendo o contrário. Creio que os coordenadores pedagógicos têm muito a contribuir para a formação continuada de docentes. Ninguém melhor que esse profissional conhece o perfil de sua equipe docente, as demandas dos educandos e o contexto da escola.
Vejo o coordenador pedagógico como aquele intelectual que, ao mesmo tempo em que põe a mão na massa, é capaz de compreender como a teoria e os debates em torno da Educação estão perto ou longe do chão da escola. É um ótimo termômetro da aplicabilidade das políticas públicas e das propostas pensadas pela universidade em cursos de pós-graduação, além de outras propostas das redes pública e privada.
Na elaboração da proposta de formação de professores, o coordenador pedagógico não pode perder de vista dois aspectos: sua posição como aquele que é detentor do saber e a solidão de seu trabalho docente.
Como detentor do saber, ainda é muito comum que os professores sejam formados pelas faculdades para ser tudo, exceto educadores. O desejo de torná-los altamente capazes de dominar os saberes próprios de sua disciplina, bem como de entupi-los de teorias sem propor sua articulação com a prática faz sair dos cursos de graduação profissionais que não estão preparados para a sala de aula.
Falo por mim. Pouco ou nada sabia da efetiva aprendizagem em sala de aula até pisar em uma como professor. Minha experiência era a de aluno e meu fazer pedagógico inicial se baseou naquilo que vi meus professores fazerem, para o bem e para o mal. Mas como desejamos ir, parafraseando Nietzsche, além do bem e do mal, a prática me mostrou que ou buscava formação mais específica e adequada, ou jamais conseguiria desempenhar meu papel de professor no século XXI.
Não há novidades quanto a isso, há mudança de postura. A minha – e a de muitos outros – veio com Paulo Freire, descoberto por mim décadas depois. Embora seja nosso Patrono da Educação e seja sempre citado aqui e acolá, suas ideias ainda não impactaram a sala de aula satisfatoriamente. Não precisamos dizer muito sobre isso a não ser aquilo que foi exaustivamente dito por ele: “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”.
A formação do nosso professor ainda está muito vinculada à ideia de que ele deve ser o especialista dominador de sua disciplina como alguém encerrado em uma torre de marfim. Nosso professor sente-se muito desconfortável com a incerteza. E com razão: a sociedade – e os educandos – também esperam dele respostas para tudo.
E esse é um ponto no qual o coordenador pedagógico pode atuar para desconstruir. Sem dúvida enfrentará resistência, pois nesse caso trata-se de autodefesa, justa inclusive. No entanto, ninguém melhor que ele pode (de)formar seus colegas professores.
O outro aspecto que pode ser alvo do processo formativo proposto pelo coordenador pedagógico é o fazer docente como ato solitário. Permitam-me o trocadilho, mas precisamos tornar nossos professores solidários.
A prática docente, como bem o dizem Lessard e Tardif, em um belo e minucioso livro chamado O Trabalho Docente, tem sido um ato isolado. O professor entra na sala de aula, fecha a porta e esse espaço passa a ser um microcosmo alheio ao restante da escola, à comunidade e à sociedade em geral.
Iniciativas como a docência compartilhada, a organização curricular em projetos e práticas interdisciplinares mostram-se saídas para esse isolamento, mas é preciso atacar no ponto fulcral desse ostracismo: o discurso da minha aula. Infelizmente, o professor se construiu enquanto profissional como dono da aula que, assim, deixa de ser um tempo e um espaço para a troca e a construção compartilhada de conhecimento, com alunos e outros colegas, e passa a ser um feudo impenetrável. Como seria bom se um grupo de professores pudesse dizer “nossa aula de hoje”, como de fato há experiências relatadas Brasil afora.
Mas como fica o coordenador diante desse feudo? Aqui acredito que seu papel formativo associado à sua função como articulador do projeto da escola é a melhor forma de quebrar esse isolamento – melhor e única, pois as demais formações estão fora da escola e não reúnem aquele grupo de docentes.
Algumas redes têm garantido efetivamente o tempo de coletivo para o professor fora da sala de aula. Ainda há muitas dificuldades pela própria condição dos professores que, em vista de baixos salários, são forçados a acumular aulas em duas ou três escolas, além das obstruções burocráticas colocadas pelos sistemas para negar ao professor o acesso ao tempo de horário coletivo. No entanto, também ouvimos de colegas educadores discursos de pouca valorização desse tempo, como se o horário de formação em serviço fosse um fardo a ser carregado.
Por isso é importante que os coordenadores pedagógicos garantam a efetividade desse horário, e garantir sua efetividade significa:
  • Conscientizar a equipe de que o horário coletivo é o coração do processo para qualificação e articulação da proposta curricular da escola;
  • Cobrar o devido respeito de todos os profissionais aos tempos previstos para essa formação e planejamento da proposta da escola, considerando que assiduidade e pontualidade são fundamentais;
  • Construir uma pauta formativa e de planejamento que seja significativa para todos, em que teoria e prática estejam intimamente relacionadas;
  • Propor uma bibliografia que não subestime os professores em sua dimensão intelectual, afinal o professor também deve ser um pesquisador;
  • Avaliar constantemente o processo de formação, de modo que se possa perceber sua articulação à sala de aula e sua efetividade na transformação da escola.
Não é trabalho que se faça em um mês. Como disse em outro artigo, tudo que mexe com a cultura instituída em uma comunidade exige paciência para mudar, mas também coragem para fazê-lo. Afinal, é tão importante compreender como questionar. Até a próxima!

Ewerton Fernandes de Souza é coordenador geral no CIEJA Clóvis Caitano Miquelazzo, escola da prefeitura de São Paulo que lida exclusivamente com Educação de Jovens e Adultos, especialmente na faixa etária dos 15 aos 18 anos. Foi um dos 50 finalistas do Prêmio Educador Nota 10 de 2017. 

PEI "Lucy Anna Carrozo Latorre" - Conselho Participativo - Abril/2019




Reunião com pais e responsáveis

Escola & Família 

"Uma parceria que tem por objetivo respeitar princípios democráticos, dando voz a todos que dela fazem parte."

(Lúcio Mauro Carnaúba)

Fotos: FACEBOOK 

sábado, 27 de abril de 2019

Repórter Brasil explica dia da matemática - Repórter Brasil (noite)

Orientações de Estudos - Planejamento para 29/04/2019 - Dia Nacional da Matemática



Professor Lúcio Mauro Carnaúba - Orientações de Estudos

Habilidade: compreender a construção de um Painel com foco na aprendizagem de Matemática, compartilhar conhecimentos com os demais alunos da escola e demonstrar a capacidade criativa no desenvolvimento de um trabalho em grupo. 




Observação: os alunos do sétimo B deverão produzir seus painéis (5). 

06 de maio - DIA NACIONAL DA MATEMÁTICA

No dia 5 de maio de 2004, um dia antes da data de nascimento de Malba Tahan, foi apresentado à Câmara Federal, pela professora e deputada Raquel Teixeira, o Projeto de Lei 3482/2004, propondo a criação do Dia Nacional da Matemática. No entanto, o projeto só foi aprovado nove anos depois, em 05 de junho de 2013 (Lei nº 12835/13).  
Raquel Teixeira acolheu o pedido de muitos professores, inspirando-se certamente nos projetos aprovados criando o Dia da Matemática, pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e pela Câmara Municipal de São Paulo (ambos em 1995), e no texto do professor Sergio Lorenzato publicado na Revista da Sociedade de Educação Matemática - SBEM-SP na época dirigida pela professora Estela Kauffman, antiga aluna de Malba Tahan.
Desde 1995, ano do centenário de nascimento do professor Mello e Souza (1895-1974), muitos esforços foram empreendidos por professores de Matemática para a criação da data comemorativa. Em 2012, um ano antes da promulgação final do projeto de lei, o professor Antonio José Lopes apresentou em Boletim Especial da SBEM-SP, argumentos em defesa do Dia Nacional da Matemática, reforçando ainda mais a expectativa de todos. O dia 6 de maio homenageia o nascimento do matemático, educador e escritorbrasileiro Julio Cesar de Mello e Souza – Malba Tahan.

Fonte: https://www.fe.unicamp.br/eventos/agenda-de-eventos/v-malbatematica-dia-nacional-da-matematica

http://www.sbembrasil.org.br/files/Boletim13.pdf  (Fonte para Pesquisa)

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Orientações de Estudos - Jornal Joca Edição 125 - Sétimo B

PEI "Lucy Anna Carrozo Latorre"

"Brasil recebe poucos turistas estrangeiros"


1.300.000.000
 Turistas estrangeiros viajando pelo mundo em 2017
(Um bilhão e trezentos milhões)

Foi o total de turistas
estrangeiros viajando pelo mundo
em 2017 – ano da última medição – de
acordo com um relatório da Organização
das Nações Unidas (ONU). O número
foi considerado um recorde pela Organização
Mundial do Turismo e o maior desde 2010.
Europa e África foram os continentes
que mais registraram aumento na
recepção de turistas estrangeiros.

País de origem dos turistas que
mais visitam o brasil: 

Argentina 2.622.327 turistas
(Dois milhões, seiscentos e vinte e dois mil e trezentos e vinte e sete)

Estados Unidos 475.232 turistas
(Quatrocentos e setenta e cinco mil, duzentos e trinta e dois) 

Chile 342.143 turistas
(Trezentos e quarenta e dois mil, cento e quarenta e três) 

Paraguai 336.646 turistas
(Trezentos e trinta e seis mil, seiscentos e quarenta e seis) 

Uruguai 328.098 turistas 
(Trezentos e vinte e oito mil e noventa e oito)

Qual é a fonte desta informação?

Fonte: Ministério do Turismo do Brasil.


América do sul*: crescimento no
número de turistas estrangeiros na
comparação entre 2016 e 2017 (em %).

*Não há dados sobre Bolívia, Guiana Francesa e Venezuela.

Análise de um gráfico de barras.

Fonte: Organização Mundial do Turismo.

Fonte: https://jornaljoca.com.br/portal/

Conselho Participativo - Muito Interessante!



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O que a escola ganha com o conselho participativo?

Compartilhar a responsabilidade é um dos caminhos para se alcançar a tão sonhada qualidade de ensino
SalvarPor: Cláudio Neto
Crédito: Getty Images
O conselho participativo consiste em uma reunião da qual participam pessoas de todos os segmentos da escola: professores, alunos, pais, coordenação pedagógica e direção, com o objetivo de analisar o desempenho dos estudantes. Em outras palavras, o conselho participativo é um colegiado representativo de caráter consultivo e deliberativo, voltado para a avaliação e o acompanhamento do desempenho escolar dos alunos. Embora todas as escolas (públicas e privadas) façam uma reunião bimestral com o mesmo objetivo, a restrição da participação aos professores, coordenação e direção faz com que ela seja conhecida como conselho de classe.
Eu tive a minha primeira experiência com o conselho participativo no começo da década de 1990, quando iniciei a minha carreira na educação pública como professor de História no Ensino Médio. Eu e os meus colegas discutimos e implementamos esta metodologia de trabalho e descobrimos o quanto ela é democrática, formativa e eficaz para avaliar os estudantes, porque é fundada no diálogo e no respeito.
Como se tratava de alunos do Ensino Médio, de relativa autonomia de estudos e responsabilidade, não havia a necessidade de envolver os responsáveis nesse processo. Ao longo desses anos, o conselho participativo foi se tornando cada vez menos um espaço comum de discutir notas e passando a ser cada vez mais um momento coletivo de apoio ao estudante e às famílias, porque já nos primórdios dos anos de 1990, alunos, professores, coordenação pedagógica e direção chegaram à conclusão de que esta é a maneira mais democrática de promover a avaliação formativa na escola.
Como realizar o conselho participativo com alunos do Ensino Fundamental?
O comunicado
O conselho participativo de cada classe dura em média duas horas e tem dia e horário determinados. A escola informa aos alunos e envia o comunicado aos pais com pelo menos duas semanas de antecedência para que eles possam se organizar. Assegurar a participação de todos é fundamental e avisar com a devida antecedência é uma estratégia importante.     
Como fazer
A reunião do conselho participativo geralmente se inicia com a fala do professor orientador da classe (eleito pelos alunos), que traça um panorama geral da turma. Em seguida, fala do rendimento do primeiro estudante, seguindo a lista de chamada, e passa a palavra para os demais colegas. Todos os professores podem fazer considerações acerca do desempenho do aluno que está sendo avaliado. Em alguns casos, especialmente quando há discrepância entre o perfil do estudante e o seu desempenho, os professores solicitam esclarecimentos a fim de entender o que está acontecendo e sugerir alguns encaminhamentos.
Após as considerações da equipe da escola o aluno que está sendo avaliado e os seus pais ou responsáveis podem se manifestar. Na maioria das vezes os comentários são construtivos, mesmo quando se trata de alunos com desempenho aquém do esperado, porque tanto os pais quanto os alunos reconhecem a boa intenção da escola em promover esse momento aberto de avaliação.
A objetividade
É importante zelar pela objetividade e falar do rendimento escolar dos estudantes para não se perder em comentários desnecessários e/ou moralistas de ordem comportamental. O colegiado não deve se ater simplesmente ao que o aluno faz ou deixa de fazer. É muito importante falar daquilo que ele deveria aprender, do que aprendeu ou do que não foi aprendido, para que as orientações sejam precisas. O respeito mútuo é a chave de sucesso desse processo, de modo que tanto os sentimentos de predileção quanto o de aversão por alguns alunos sejam evitados. Evidentemente, os professores podem nutrir um sentimento de maior admiração por determinados alunos, mas isso não deve prevalecer nesse momento de avaliação. De igual modo, o desempenho exemplar de alguns alunos não deve ser usado para constranger aqueles que têm mais dificuldades.
O inesperado
É muito importante destacar que há um aspecto interessante sobre o qual não se pensa quando a escola decide fazer o conselho participativo, e que se revela como um dos resultados fundamentais desse processo, que é a dimensão subjetiva, ou seja, os impactos que não fazem parte diretamente do objetivo inicial quando se pensa na inclusão dos alunos nesse momento de avaliação. É por meio dos conselhos participativos que muitos alunos aprendem a avaliar a sua trajetória escolar, desenvolvem a capacidade de argumentar, adquirem autocontrole e incorporam as regras necessárias à realização desse tipo de reunião. Empatia, respeito ao ponto de vista divergente e autocrítica são aprendizados que os alunos adquirem para a vida inteira.
Do temor à certeza de sucesso
Basta realizar a primeira reunião para se ter a certeza de que os alunos e os pais também têm interesse em conversar abertamente sobre o processo de formação e desempenho escolar. Mais do que um mero encontro de pessoas com interesses comuns, o conselho participativo é um momento de avaliação formativa em que o estudante se vê ao mesmo tempo como sujeito e objeto da sua própria aprendizagem, uma vez que ele pode refletir sobre as percepções que os professores, pais e as demais pessoas têm a respeito do seu jeito de ser estudante. Ao experimentarmos pela primeira vez esta forma de avaliação nós vimos que o medo de possíveis confrontos entre professores e alunos logo se dissipou.
    
O contraponto
O conselho de classe sempre foi um lugar de muita tensão, envolvendo alta carga emocional, porque, em alguns momentos, há divergências entre os professores quanto à percepção do desempenho de determinados estudantes. Em razão disso, alguns educadores temem que a presença de estudantes no conselho de classe possa gerar mal-estar ou até mesmo confronto entre alunos e professores, principalmente em momentos decisivos de aprovação ou reprovação. Como se vê, a justificativa para manter o conselho de classe no modelo tradicional, sem a participação de alunos e de pais, está na negação do conflito. O temor da divergência ou do desentendimento é o que determina a exclusão de alunos e pais de um momento de avaliação formativa tão primordial como o conselho participativo.
Quais são os desafios a superar?
Ainda que os conselho participativo ajude a engajar os alunos num ritmo de estudo mais adequado na Educação Básica  algo que nunca foi uma tarefa muito fácil para os educadores, sobretudo quando se quer envolvê-los no próprio processo de avaliação , este momento rico de apreciação coletiva do rendimento escolar não é muito conhecido ou mesmo experimentado nas escolas brasileiras. Em muitas, ainda se desconhece o potencial pedagógico desse momento avaliativo e, em outras tantas, se teme o confronto com os estudantes, uma vez que, no momento em que se avalia, o diálogo é direto entre quem avalia e quem é avaliado. Nesse sentido, aprender a explicitar os conflitos na escola é algo vital para a formação de sujeitos críticos. Através do confronto de pontos de vista divergentes, mesmo no momento de avaliação dos estudantes, aprende-se a respeitar e a ter empatia, quando a mediação é feita pelo diálogo.  
Conhecer esta proposta de trabalho e não temer o diálogo com os estudantes na hora de avaliá-los são duas coisas muito importantes para melhorar o desempenho escolar, particularmente quando se trata de estudantes da segunda etapa do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano), já que nesta fase a prática de estudos passa a ser mais sistemática, exigindo autonomia e maior responsabilidade.
Os alunos do Ensino Fundamental estão preparados para isso?
Com os alunos do Ensino Fundamental o conselho participativo ganha mais força e pode ser ainda mais potencializado porque as famílias também passam a fazer parte do processo. Nesse caso, o conselho passa a ser composto por todos os segmentos da escola diretamente envolvidos na aprendizagem (alunos, professores, responsáveis, coordenação e direção). Este envolvimento permite o diálogo direto e franco que dá a real dimensão do rendimento escolar, sem negar aos alunos e aos pais a oportunidade de esclarecer aspectos subjetivos que podem influenciar na participação ou na realização das atividades acadêmicas. Durante alguns conselhos participativos que realizamos os alunos e os pais revelaram dificuldades pelas quais estavam passando que, muito provavelmente, jamais teríamos tomado conhecimento fora desse contexto. Por outro lado, permite também que os pais tomem conhecimento do desempenho escolar dos filhos na condição de estudantes, já que o ofício de aluno nem sempre é incorporado por um/a filho/a, ainda que este/a tenha um comportamento exemplar em casa. Em linha gerais, podemos dizer que o ofício de aluno diz respeito ao modo de encarar os estudos, a disposição para realizar as atividades, o compromisso frente aos trabalhos e desafios propostos, e o modo de se portar frente aos colegas e aos professores. Enfim, pode-se dizer do saber de ser aluno, das estratégias que se serve para pesquisar, superar os limites e aprender.
Os resultados
Outro aspecto importante sobre o conselho participativo é o fato de ele se tornar imprescindível na dinâmica escolar. Quando se experimenta esta metodologia de trabalho não se abre mais mão dela. Na escola em que eu sou diretor nós implantamos este colegiado nos seis primeiros anos e resolvemos abolir em 2017 e 2018, o que se revelou uma experiência desastrosa, porque a impossibilidade de tratar do desempenho escolar de forma aberta com os alunos e seus responsáveis afetou a maneira dos primeiros se relacionarem com os estudos, já que a trajetória escolar de cada um deixou de ser de responsabilidade de todos.
Para os colegas gestores ou professores que nunca tiveram a oportunidade de viver esta experiência eu posso dizer que vale a pena experimentar. Promover um momento de avaliação formativa e de discussão do desempenho escolar é a melhor maneira de integrar todos os segmentos da escola, especialmente porque possibilita que os estudantes aprendam a avaliar a si próprios, bem como ajuda a perceber os processos de aprendizagem nos quais estão inseridos. Em tempo, posso dizer que em alguns momentos também há choro, mas geralmente não é choro de tristeza. Na maior parte das vezes, o choro significa a alegria do sucesso de um que se tornou possível pela responsabilidade de todos. A emoção é coletiva e nos dá a certeza de que compartilhar a responsabilidade é um dos caminhos para se alcançar a tão sonhada qualidade de ensino.
Claudio Marques da Silva Neto é diretor da EMEF Infante Dom Henrique, em São Paulo. Tem experiência em direitos humanos, formação docente, cultura escolar, indisciplina, violência e gênero. É mestre e doutorando em Educação pela Universidade de São Paulo (USP).

Conselho de Classe Participativo - Relato de uma prática.

Relato: Conselho de Classe Participativo

Pedagogas: Cristiane Rodrigues de Jesus, Daiane Kaciéle Segatto e Graciana Pangrácio
E-mail para contato: cristianerdj@seed.pr.gov.br
Instituições: C E 1o Centenário - EFM e E E José Ribas Vidal - EF
Município / Estado: Campo Largo-PR
Segmentos em que foi aplicado: Professores, alunos e funcionários.
Foi utilizado algum recurso do Portal?: Não



Relato 

O Relato abaixo consiste em uma prática de Conselho de Classe aplicado nos anos letivos de 2006 a 2008, pelas pedagogas da Escola Estadual José Ribas Vidal e do Colégio Estadual 1º Centenário - município de Campo Largo - NRE Área Metropolitana Sul. A Escola José Ribas Vidal tinha um quadro de 191 alunos, 15 professores e 6 funcionários. Já o Colégio Estadual 1o Centenário apresentava 607 alunos, 43 professores e 13 funcionários. 

A partir das reflexões proporcionadas pela Jornada Pedagógica de 2005 a respeito do Conselho de Classe Participativo, realizamos a experiência descrita abaixo a partir de 2006. Queremos enfatizar que até chegar neste formato, o Conselho de Classe foi aperfeiçoado a cada nova reunião, uma vez que ao final sempre houve a reflexão dos pontos falhos, a fim de corrigi-los para o próximo. 

Essa experiência conta com três fases: O Pré-Conselho, o Conselho de Classe e o Pós-Conselho. 

Pré-Conselho de Classe
O Pré-Conselho de Classe era realizado sempre uma ou duas semanas antes da data da Reunião do Conselho. Por sua vez, era dividido em três fases:

1ª Fase - Auxiliares Operacionais: Inicialmente são questionadas as dificuldades que os auxiliares operacionais da escola (das funções de merendeira, serviços gerais, inspetor, bibliotecário, técnicos dos laboratórios de informática e auxiliares de secretaria) identificavam em seu trabalho, com relação aos alunos. Também eram discutidas as sugestões referentes ao que fazer para melhorar a situação descrita. Os problemas e as soluções identificadas eram anotados.

2ª Fase -  Alunos: O Pré-Conselho de Classe com os alunos era realizado com toda a turma ou somente com os alunos representantes. As questões norteadoras dessa fase eram: 

  1. Quais as disciplinas em que a turma está sentindo maiores dificuldades?
  2. Quais os motivos prováveis?
  3. O que a turma poderia fazer para melhorar essas questões?
  4. Existem problemas de relacionamento com alguns professores? Quais professores?
  5. Quais problemas?
  6. O que a turma se compromete em fazer para melhorar essas questões?
  7. Qual disciplina a turma não tem dificuldades? Qual é a diferença entre os professores desta disciplina e das citadas anteriormente?

Antes de iniciar os questionamentos, conversamos com os alunos e demonstramos a importância de serem objetivos em suas colocações, bem como da necessidade de citarem fatos que os levavam a pensar de determinada forma sobre o professor. Sempre deixamos claro que o objetivo da conversa era identificar os problemas para a busca de soluções. Nunca permitimos que eles utilizassem o momento para declarações subjetivas e infundadas contra os professores. É claro que nos primeiros pré-conselhos com alunos essa situação ocorreu, fato que foi contornado por meio de uma postura firme relacionada com a conversa inicial. Com o tempo e prática constante, os alunos perceberam os benefícios desta postura ética e fundamentada.

Bastou deixar claro o objetivo e as regras dessa conversa para que as turmas entendessem o sentido do trabalho. O que mais chamou nossa atenção foi o fato de que essa conversa com as turmas resultou em outros benefícios. Porque enquanto eles explicavam os fatos, evidenciavam não só no que o professor precisa melhorar, mas também suas falhas como alunos. Neste momento, aproveitamos para chamar a atenção da turma para seus deveres como estudantes, levando-os a analisar suas atitudes. Também comentamos os problemas apresentados pelos funcionários, tais como salas muito sujas, pratinhos espalhados no pátio, banheiros malcuidados, dentre outros e solicitamos para que eles sugerissem ações para melhorar o exposto. Embora muitos possam pensar que estes assuntos são irrelevantes para o processo de ensino - aprendizagem eles podem de fato influenciar negativamente no processo se não forem solucionados, gerando um clima de impunidade, que geralmente culmina em indisciplina. A partir de tais reflexões, as turmas, com o nosso auxílio, elaboraram um termo de compromisso. Todos os compromissos foram anotados e os presentes assinaram, atestando simbolicamente o compromisso firmado.

3ª Fase - Professores: Nesta fase, a equipe pedagógica, durante a hora-atividade, discutia com cada professor sobre os alunos que apresentaram notas baixas na disciplina, apontando os prováveis motivos que os levaram àquela nota, além do conteúdo que houve maior incidência de notas baixas e as consequentes ações para recuperar o conteúdo. A partir dessa conversa, aproveitamos o momento para vistar o livro de chamada e, junto com o professor, de posse de seu plano de trabalho docente e em conjunto, identificamos os conteúdos que deveriam ser replanejados. Além disso, conversamos sobre o processo de avaliação, identificando aspectos positivos ou que precisavam melhorar, analisando os instrumentos utilizados na avaliação, critérios, bem como o processo de recuperação de conteúdos.

Após, questionamos o professor a respeito dos problemas de indisciplina que estavam ocorrendo. Em seguida, convidamos o professor a comentar outros problemas que ocorriam no andamento geral da escola e que estavam atrapalhado o trabalho pedagógico. Todos os dados eram anotados por nós, pedagogas, em uma ficha para posteriormente serem tabulados.

Nesta etapa do Pré-Conselho, além do trabalho com alunos, professores e funcionários, também eram tabulados os dados do rendimento das turmas por meio de gráficos. A partir do 2o Bimestre/Trimestre comparávamos o rendimento atual com o anterior. 

Após a tabulação dos dados, a Equipe Pedagógica reunia-se com a direção da escola para análise prévia dos dados dos gráficos e dos relatos da comunidade escolar, a fim de estruturar a pauta do Conselho de Classe. Nessa reunião eram estabelecidas a ordem que os assuntos seriam tratados, além da forma como seriam abordados.

Conselho de Classe

No Conselho de Classe, os professores reuniam-se juntamente com a direção e a equipe pedagógica. A pauta do Conselho de Classe era apresentada. Antes de iniciarmos cada Conselho de Classe deixávamos claro que o enfoque principal não era a discussão de questões pessoais dos alunos, mas os problemas apresentados no pré-conselho de classe, bem como a análise do processo de avaliação aplicado no período. 

Os problemas apresentados no pré-conselho com alunos e agentes educacionais eram então apresentados aos professores. Nos primeiros conselhos realizados, deixamos claro que o objetivo do pré-conselho com alunos e funcionários era a busca de melhoria do processo de ensino-aprendizagem, a fim de obter uma visão mais ampla do todo, além de realizar um trabalho preventivo contra eventuais problemas que interfiram neste processo. Destacamos, também, o sentido do trabalho coletivo e da gestão democrática na escola. Dessa forma, ficou claro para os professores que o objetivo do trabalho não era perseguir profissionais - o que muitos pensavam - mas analisar os problemas e buscar soluções. Com o tempo, a confiança se estabeleceu, não havendo necessidade de tal explanação. Os professores, inclusive, gostavam muito deste formato, enfatizando sua objetividade e funcionalidade na resolução dos problemas.

Assim, a reunião geralmente era iniciada com uma apanhado geral das respostas que os alunos apresentaram na questão 7 (a respeito das disciplinas que eles vão bem), sem citar o nome das disciplinas. Evitávamos qualquer comentário direcionado a determinado professor no coletivo. Nossa prática era avisar, neste momento, que comentários específicos seriam realizados em particular. A partir de então, os problemas eram apresentados e os professores definiam encaminhamentos em conjunto.
Após as definições, apresentávamos os problemas e as sugestões levantadas pelos professores no Pré-Conselho de Classe. Apresentamos os gráficos de rendimento, os quais ao final da reunião eram fixados na sala de professores para análise mais profunda do professor, e enfatizamos que o objetivo deste era para que o professor realizasse uma autoavaliação das práticas do 1o Bim/Trim em comparação as do 2o Bim/Trim. O professor era convidado a analisar os motivos que fizeram a turma, em geral, a decair ou a progredir, a fim de identificar e repetir as ações que surtiram bons resultados. Por fim, apresentamos o nome dos alunos que obtiveram mais do que três médias abaixo de 6,0 no período, solicitando para que todos os professores anotassem seu nomes. Todas as decisões eram registradas em livro ata e assinadas pelos presentes, colocando os nomes dos alunos que necessitavam de maior atenção no próximo período, enfatizando as ações que seriam tomadas para recuperá-los.

Pós-Conselho de Classe

No Pós-Conselho de Classe informamos aos professores que não puderam comparecer, e aos alunos e agentes educacionais, sobre as decisões tomadas no Conselho de Classe. Também eram realizadas as ações determinadas no Conselho de Classe, e relembradas sempre que fosse necessário. Assim, se no Conselho, por exemplo, ficou definido que os pais seriam chamados para uma reunião de entrega de boletins ou de orientação, a referida reunião acontecia com o auxílio de toda a equipe. Ou seja, no Pós-Conselho de Classe era o momento de informar e colocar em prática o que foi proposto.