Capítulo: "O lugar da interação social na concepção de Jean Piaget" - devemos fazer uma clara distinção entre dois tipos de relação social que interferem no processo de desenvolvimento cognitivo do indivíduo: a coação, relação entre dois indivíduos na qual intervém um elemento de autoridade ou de prestígio, e a cooperação, representando o mais alto nível de socialização. Para Piaget as relações de cooperação podem ser estimuladas a partir de trabalhos em grupos, atividades em que não haja hierarquias preestabelecidas e possa haver reciprocidade na troca de pontos de vistas de crianças e adolescentes.
A concepção de Vygotsky sobre o processo de formação e conceitos políticos coloca a escola em um lugar de central importância nas sociedades letradas: os processos de instrução deliberada que nela ocorrem são fundamentais na construção dos processos psicológicos dos indivíduos dessas sociedades. Assim, a intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorrem espontaneamente, despertando processos internos que só podem acontecer na interação com outras pessoas, como na escola.
La Taille, Dantas e Oliveira (1992) mostram-nos que Vygotsky, interessado fundamentalmente nas chamadas funções psicológicas superiores, adotou como um de seus pressupostos básicos a ideia de que o ser humano constitui-se enquanto tal na sua relação com o outro social.
De acordo com a concepção de Vygotsky, a aprendizagem implica necessariamente uma relação de interação entre sujeitos pautada na cooperação social.
Com base em Vygotsky, é correto pensar que as práticas de linguagem na escola devem estar fundamentadas em ações contextualizadas e significativas aos alunos, pois esta constitui o espaço privilegiado para o trabalho formal com a leitura e a escrita.
Henri Wallon considera que toda pessoa constitui um sistema específico e ótimo de trocas com o meio, sendo a mediação feita por outras pessoas especialmente importante para a construção do pensamento e da consciência de si. De acordo com Dantas, em La Taille, Dantas e Oliveira (1992), para esse teórico francês, a construção da pessoa se dá numa sucessão pendular de momentos dominantemente afetivos, ou dominantemente cognitivos, não paralelos, mas integrados.
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