QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS DO AUTISMO LEVE?
Os Transtornos do Espectro Autista (TEA) é um transtorno de desenvolvimento que afeta de forma significativa a capacidade de interação social, as habilidades de comunicação social e comportamentos anti-sociais com repetições e interesses sem conexões com o contexto. Estes sintomas podem começar em qualquer momento da infância, especialmente antes dos 3 anos de vida. Os sintomas variam de intensidade de criança para criança e podem se apresentar desde traços discretos até severos, e a identificação pode ser facilitada e dificultada de acordo com a amplitude dos sintomas.
Identificar, portanto, um Autismo Leve muitas vezes é um desafio, pois quadros discretos são mais difíceis de ser diagnosticados. Além disto, o TEA é uma condição onde não existem exames de imagem ou de laboratórios que o comprovam, dependendo totalmente da observação clínica, comportamental, e do relato dos pais, cuidadores e da escola para confirmar ou descartar sua presença. Estes relatos podem ser desencontrados, incompletos, pouco entendidos por quem avalia ou minimizados por quem observa. Este processo pode levar a uma demora maior nas consultas e até possível desistência dos pais, ficando a criança sem uma definição e sem um possível tratamento que faria diferença.
Assim, conhecer os sintomas da forma leve do Autismo é muito importante, devendo ser investigado rotineiramente durante a puericultura e nos CMEI’s ou creches, dos 18 aos 30 meses de vida. Os principais sintomas são: pouco contato visual, não dar continuidade a processos sociais ou conversas, não saber se comunicar por meio de gestos, fala existente, mas sem muito nexo com a realidade a sua volta, algumas manias e repetições, no contato com os outros ele olha mais para a mão ou para o objeto da pessoa do que para seus olhos, dificuldade em aceitar espontaneamente regras e rotinas, pouco disposto a se socializar e tende a se isolar ou brincar do seu jeito sem flexibilizar de acordo com o que o amiguinho pede ou quer e pouco responde ao ser chamado pelo seu nome. A linguagem expressiva (ou a fala), nestes casos, pode estar preservada, mas é comum ser uma fala mecânica, pedante e sem emoção, porém com uma funcionalidade satisfatória para atividades sociais e escolares.
Neste contexto, é importante relatar que alguns fatores podem atrapalhar sua identificação. A presença de hiperatividade, por exemplo, pode confundir a escola e o especialista, pois inquietude excessiva pode passar a impressão de que a criança não seja autista, mas sim TDAH. Os sintomas do TDAH podem maquiar os sinais de TEA atrasando o seu diagnóstico, e sabemos da importância do diagnóstico precoce no TEA. Em caso da associação de ambas as condições, deve-se priorizar a investigação e a busca de sintomas do Autismo. A falta de conhecimento acerca do que é e dos sintomas de TEA também posterga sua identificação, pois podem ser interpretados como falta de limite, preguiça ou até como outros distúrbios, como Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD).
Conhecer escalas de triagem para o TEA auxilia muito na consciência do transtorno e no reconhecimento precoce. A utilização do M-CHAT, ATA e o ABC podem ser muito úteis, eles podem ser acessados em sites especializados e disponibilizados ao público em geral e profissionais que lidam com crianças nos campos da saúde e da educação. Estas escalas são mais sensíveis e permitem identificar melhor mesmo os casos mais leves de autismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário