quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Tabuada/Sugestão

É preciso decorar a tabuada ?

“Três vezes um, três. Três vezes dois, seis. Três vezes três, nove. Três vezes quatro, doze, Três vezes...”
Esta é uma canção bastante antiga, que ainda se ouve em casa e na escola. É a tabuada sendo decorada, como se fosse uma música estrangeira, que decoramos de tanto se ouvir e repetir, mas não temos a tradução, não entendemos seu significado e, portanto, não nos envolvemos com ela. Apenas repetimos. É o memorizar, o decorar puro e simples, sem que nenhum significado esteja associado a ela. Nas séries iniciais, do ponto de vista da aprendizagem da matemática por compreensão, saber essa canção assim, simplesmente decorada, não contribui com nada.
Então, não é preciso saber a tabuada de cor? Hoje já há um consenso que sim. É preciso saber a tabuada de cor. Mas, antes é preciso compreendê-la. Por exemplo, podemos trabalhar de modo compreensivo com a criança a idéia básica da multiplicação, que é juntar quantidades iguais. Isso pode ser obtido brincando com tampinhas, palitos, bolinhas, dedos da mão, etc. Assim, contribuímos para que ela mesma descubra quantas bolinhas há em 3 grupos de 2 tampinhas, em 3 grupos de 3 tampinhas, em 3 grupos de 4 tampinhas, etc.

ºº ºº ºº 3 grupos de 2
ººº ººº ººº 3 grupos de 3
ºººº ºººº ºººº ºººº 3 grupos de 4

Um pouco mais tarde, podemos explorar a mesma idéia como a adição de parcelas iguais sempre perguntando quanto resulta ao todo. Por exemplo:

2 + 2 + 2 (3 vezes 2)
3 + 3 + 3 (3 vezes 3)
4 + 4 + 4 (3 vezes 4)

Assim fazendo, a criança vai, pouco a pouco, compreendendo o significado de 3 x 2, de 3 x 3, de 3 x 4, etc. E, de tanto usar, acaba decorando, acaba memorizando os resultados.

Mas, poderia se perguntar: “Qual é a diferença entre compreender e depois decorar e simplesmente decorar?”,

Quando compreendemos uma coisa e a esquecemos, sabemos como recuperá-la, sabemos como refazer essa coisa. Quando apenas decoramos, ao esquecer, ao “ter um branco” em nossa mente, não sabemos recuperar a informação. Por exemplo, uma criança que só decorou a tabuada do 7 recitando-a, sem compreendê-la, e se esqueceu quanto é 7 x 8, não consegue sair de uma simples multiplicação do tipo 7 x 128. A criança que compreendeu a idéia de multiplicação e, em seguida, de tanto usar, decorou alguns resultados básicos, quando esquece um deles, sabe como recuperá-lo, fazendo desenhos de bolinhas, risquinhos ou continhas de adição. Neste caso, tendo se esquecido qual é o resultado de 7 x 8, ela o recupera, fazendo, por exemplo, 8 + 8 + 8 + 8 + 8 + 8 + 8 e verificando que 7 vezes o 8 é 56. Ao passo que aquela que só decorou sem compreender o que estava fazendo, não tem meios para recuperar a informação, “não sai do lugar” sem o auxílio de uma pessoa ou de uma tabuada pronta.

É, pois muito importante, nas séries iniciais, que a criança compreenda o que está fazendo. Depois de compreender, é conveniente que ela desenvolva e treine habilidades para fazer cálculos mentais. No final da quarta série, por exemplo, é preciso que a criança saiba de cor todas as tabuadas e faça mentalmente algumas multiplicações do tipo 3 x 40= 120, 3 x 400= 1.200, etc.
Uma maneira interessante de explorar as tabuadas é pedir que as crianças completem logicamente as seqüências:

0, 2, 4, 6, __, __, __, __, __, __, __ .
0, 3, 6, 9, __, __, __, __, __, __, __ .
0, 4, 8, 12 __, __, __, __, __, __, __ .

etc.
Bingos de tabuada, dominós de tabuada, jogos com tabuada, gincanas de tabuadas na sala de aula, etc. são atividades interessantes para memorizar as tabuadas após tê-las compreendido.

Fonte: Grupo de Matemática 

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