terça-feira, 18 de junho de 2019

Revista Nova Escola - Orientação de Estudos - Planejamento de Agosto/2019

Como usar mapas mentais para melhorar aprendizagem na escola

A utilização de mapas mentais auxilia a memorização de conteúdos e análise crítica dos alunos

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Crédito: Getty Images
O uso de diagramas, instrumentos, experiências vivenciais, músicas e técnicas que tornem lúdico e positivo o processo de aprendizagem e a memorização de conteúdos é um modo de estimular o foco e a reflexão em sala de aula. Propor novos modelos para o ensino acessa áreas diferentes do cérebro das crianças e adolescentes e a utilização de mapas mentais pode ser uma dessas ferramentas.
Os mapas mentais trazem o ponto de vista pessoal e a maneira como aquela pessoa enxerga o mundo. Criada pelo escritor inglês Tony Buzan, a técnica consiste em uma espécie de resumo do conteúdo, por meio das informações principais em palavras-chaves, desenhos ou pequenos ícones, que devem funcionar como uma âncora, que puxa o restante do conteúdo na memória. O mapa mental trabalha com comparações, síntese de informações e hierarquização.
Essa metodologia pode facilitar o entendimento de informações complexas, fazendo com que os estudantes possam criar ou conectar ideias. Com isso, o professor pode perceber mais claramente qual é o processo de pensamento de cada aluno para fazer suas internvenções quando a aprendizagem precisa avançar mais.
Ilustração de mapa mental    Crédito: Wikimedia Commons/Wikipedia
Os mapas mentais são úteis em processos como a fixação da linguagem escrita, o ensino e visualização de fatos históricos. A psicopedagoga e professora da UERJ Regina Lima explica que os mapas mentais também fornecem aos alunos uma maneira natural de pensar e construir pensamentos sobre diferentes temas. “Os mapas mentais ajudam na estruturação de informações, compreensão, síntese, memorização e geração de novas ideias”, afirma.
Narcélio Pereira é mestre em Geografia e estudou a utilização dos mapas mentais como instrumento de percepção do espaço geográfico. Para ele, um dos principais aspectos positivos do uso dos mapas mentais nas aulas é a desmistificação da cartografia como um simples desenho que reproduz fielmente a superfície da Terra. “A utilização de conceitos cartográficos para a produção dos mapas mentais possibilita o tratamento dos alunos não como meros reprodutores e, sim, sujeitos participantes na construção de um material cartográfico”, diz. Narcélio afirma que essa mudança de perspectiva é capaz de mostrar como o aluno vê e interpreta o meio em que vive e a sociedade onde ele está inserido.
Nessas atividades, o professor acompanha o processo de representação espacial, questiona os alunos sobre o que estão fazendo ou fizeram, promove reflexões sobre a possibilidade de soluções aos problemas encontrados durante a elaboração dos mapas mentais. David Luiz Rodrigues pesquisa Educação Geográfica e Cartografia Escolar na Universidade Federal da Paraíba e, de acordo com ele, o mapa mental pode auxiliar os alunos a desenvolver não apenas uma representação do espaço geográfico, mas uma habilidade consciente do ato de mapear, uma leitura de mundo da qual faz parte.
Em uma de suas pesquisas em campo, em uma turma do 4º ano, David trabalhou com uma oficina sobre os principais rios da Paraíba e sua influência no cotidiano da população. “Realizamos um estudo de caso com um pequeno curso de rio canalizado que passa ao lado da escola e deságua em um dos cartões postais da cidade de Campina Grande, o Açude Velho, analisando também os problemas sociais urbanos relacionados a ele. Uma aluna desenhou o curso de água e a acompanhei no ato de pintar o rio. Em um determinado momento, ela pegou uma caneta preta e coloriu o meio do rio de preto. Quando a questionei sobre aquela ação, ela respondeu: ‘Professor, quando o riacho nasce a água é limpinha, quando vai chegando dentro da cidade as pessoas vão jogando lixo nele’. Essa interpretação, por mais simples que seja, auxilia o aluno a desenvolver conhecimentos cada vez mais complexos e atribui novos significados ao aprendizado”, afirma.   

Outras técnicas para fazer diferente

Regina Lima elenca mais ferramentas para auxiliar a aprendizagem de forma interativa em sala de aula:
- Sala de aula invertida. Tipo de ensino que subverte o ambiente de aprendizado tradicional ao fornecer conteúdo que mistura ações dentro e fora da sala de aula. O professor propõe atividades, que são passadas como tarefas de casa e são parte de um processo finalizado dentro da sala de aula, dando protagonismo aos alunos no debate e geração de ideias.
- Gamificação. Uma abordagem educacional que tem como objetivo motivar os alunos a aprender usando elementos de jogos no processo de aprendizagem. O objetivo é maximizar o prazer e o envolvimento, capturando o interesse dos alunos e inspirando-os a continuar aprendendo por meio da competição ou colaboração na busca de pontos e realização de tarefas.

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