Pesquisa revela por que docentes buscam a formação continuada e em quais temas eles gostariam de se aprofundar
Os baixos indicadores de matemática no Brasil se devem, principalmente, à inadequação da metodologia de ensino. A opinião é de professores que lecionam a disciplina nas redes pública e privada do país. As deficiências na formação inicial aparecem em segundo lugar na lista das razões para o mau desempenho dos alunos, seguido pela formação continuada insuficiente.
Esses dados estão na pesquisa Eu ensino matemática: a formação continuada que quero, realizada pela Mathema, instituição que desenvolve métodos pedagógicos para o ensino da disciplina, em parceria com a Rede Conhecimento Social, ligada ao Instituto Paulo Montenegro. A consulta foi feita com 1.838 docentes de todas as regiões do país. A maioria, contudo, pertence ao Sudeste (40%). Quase a metade (48%) dos docentes trabalha na rede privada, enquanto 41% pertencem à rede pública; 11% dão aula em ambas.
O fato de os professores reconhecerem lacunas em seu processo formativo está em sintonia com o alto percentual (56%) de professores que buscaram formação continuada em matemática nos últimos dois anos. Dentre os que não fizeram, 85% afirmaram que gostariam de ter feito. O valor dos cursos é o que mais impede a continuidade dos estudos (39%), seguido pela falta de tempo (34%).
Os docentes entrevistados também apontaram o que gostariam de estudar nos programas de formação continuada. Questionados sobre conteúdos específicos de interesse, 70% disseram ser muito importante conhecer as contribuições da neurociência para o ensino e a aprendizagem da disciplina. Na seara de métodos e recursos, o que mais os educadores querem aprender são práticas diferentes de ensino e maneiras de trabalhar a matemática de forma inter e transdisciplinar. Para a Mathema, que realizou a pesquisa, informações como essas são de grande relevância para os formuladores de programas de ensino. Os professores querem continuar estudando e sabem exatamente o quê.
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