Quando surgiu o Dia das Bruxas?
O Dia das Bruxas que conhecemos hoje tomou forma entre 1500 e 1800.
Fogueiras tornaram-se especialmente populares a partir do Halloween. Elas eram usadas na queima do joio (que celebrava o fim da colheita no Samhain), como símbolo do rumo a ser seguido pelas almas cristãs no purgatório ou para repelir a bruxaria e a peste negra.
Outro costume de Halloween era o de prever o futuro - previa-se a data da morte de uma pessoa ou o nome de seu futuro marido ou mulher.
Em seu poema Halloween, escrito em 1786, o escocês Robert Burns descreve as formas pelas quais uma pessoa jovem podia descobrir quem seria seu grande amor.
Muitos destes rituais de adivinhação envolviam a agricultura. Por exemplo, puxar uma couve ou um repolho do solo por acreditar que seu formato e sabor forneceriam pistas cruciais sobre a profissão e a personalidade do futuro cônjuge.
Outros incluíam pescar com a boca maçãs marcadas com as iniciais de diversos candidatos e "ler" cascas de noz ou olhar um espelho e pedir ao diabo para revelar a face da pessoa amada.
A comida era um componente importante do Halloween, assim como de muitos outros festivais.
Um dos hábitos mais característicos envolvia crianças, que iam de casa em casa cantando rimas ou dizendo orações para as almas dos mortos. Em troca, elas recebiam bolos de boa sorte que representavam o espírito de uma pessoa que havia sido liberada do purgatório.
Durante o festival, as igrejas costumavam tocar seus sinos, às vezes por toda a noite. A prática era tão incômoda que o rei Henrique 3º e a rainha Elizabeth tentaram proibi-la, mas não conseguiram. Esse ritual prosseguiu, apesar das multas regularmente aplicadas a quem fizesse isso.
O personagem, SACI
Conta-se que o saci original não era negro — e nem pulava sobre uma perna só. Era uma figura indígena que guardava as florestas de Mata Atlântica.
Mas, assim como o próprio brasileiro, esse personagem acabou ganhando características de outras culturas. Assim, com os escravos, em sua maioria de origem africana, acabou se tornando negro. E foi da mitologia europeia que ele assumiu a carapuça mágica, na verdade um píleo, como dos duendes.
"Não podemos esquecer é que nosso país é pura miscigenação. Somos índios, somos africanos, somos europeus. O saci é a mais pura representação disso", afirma à BBC News Brasil o professor e pesquisador Fernando Pereira, especialista em cultura brasileira da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
"Os índios têm seres 'mágicos' que protegem as florestas. Os negros, na África e depois no Brasil, também acreditavam e ainda acreditam em seres protetores das matas, dos rios e animais. Os portugueses e outras culturas europeias trouxeram de seu imaginário seus seres que habitam as florestas da Europa, os duendes. Pois a figura do saci é o amálgama de tudo isso."
Em seu Dicionário do Folclore Brasileiro, de 1954, o historiador e antropólogo Câmara Cascudo (1898-1986) apresenta o saci-pererê como uma "entidade maléfica em muitas, graciosa e zombeteira noutras oportunidades".
"Pequeno negrinho, com uma só perna, carapuça vermelha na cabeça que o faz encantado, ágil, astuto", descreve.
"Amigo de fumar cachimbo, de entrançar as crinas dos animais, depois de extenuá-los em correrias, durante a noite, anuncia-se pelo assobio persistente e misterioso, inlocalizável e assombrador. Pode dar dinheiro. Não atravessa água como todos os 'encantados'."
Cascudo atenta para o fato de que os cronistas coloniais "não o mencionam", situando, portanto, o surgimento da lenda no século 19.
"Diverte-se, criando dificuldades domésticas, apagando o lume, queimando alimentos, espantando gado, espavorindo os viajantes nos caminhos solitários", prossegue ele.
"Há muitas documentação sobre o saci, origem e modificações."
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil
Caça-palavras
- 1.m.q. FOGO ('fenômeno').
Nenhum comentário:
Postar um comentário