Coordenador deve fazer um acompanhamento periódico das crianças e ajudar o docente a propor estratégias para a sala de aula
Por: Larissa Teixeira
O coordenador pedagógico é o principal responsável por oferecer apoio e incentivar o professor, propondo reflexões e estratégias de sala de aula. Mas, para garantir que os alunos aprendam, é preciso que a escola tenha um plano bem fundamentado de expectativas de aprendizagem, com atividades pensadas para cada faixa etária. Assim, é possível identificar se os alunos estão evoluindo no dia a dia.
Por meio do acompanhamento periódico, da produção de registros e de uma avaliação diagnóstica, o coordenador e o docente podem verificar quais crianças apresentam algum tipo de dificuldade e, juntos, planejar intervenções para superá-las. “O coordenador tem uma visão privilegiada da escola e pode pensar em estratégias para ajudar o grupo como um todo, além de oferecer as condições necessárias para o trabalho em sala de aula”, explica Simone Azevedo, coordenadora pedagógica da comunidade educativa Cedac.
Para auxiliar esses alunos com dificuldade, existe uma série de ações que o coordenador pode colocar em prática em parceria com toda a equipe. Confira abaixo algumas delas:
- Acompanhamento e avaliação diagnóstica
Antes de tudo, a equipe deve ter clareza sobre as expectativas de aprendizagem para cada série. É papel do coordenador e do docente acompanhar as crianças individualmente durante todo o ano para verificar se elas estão aprendendo.
Para isso, são necessários instrumentos de registro e avaliação diagnóstica, que ajudam a entender quais são as dificuldades do aluno. “Em primeiro lugar, o coordenador vai auxiliar o professor a diagnosticar o problema e, depois, poderá avaliar qual a melhor estratégia para conduzir o caso e traçar um plano de ação”, aponta Ítalo Francisco Curcio, coordenador do curso de pedagogia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
- Reuniões com os docentes
Uma boa estratégia é fazer reuniões frequentes com docentes da mesma série, para que eles possam compartilhar boas estratégias e pensar em soluções para problemas comuns. A dupla gestora tem o papel de garantir que haja espaço na escola para a formação continuada, essencial para que a equipe troque experiências e reflita sobre o processo de ensino e aprendizagem.
Na EM Murilo Garcia Moreira, em Rio Piracicaba (MG), a coordenadora pedagógica Eduarda Mayrink organiza, no início do ano, uma reunião entre o professor anterior e aquele que irá assumir a turma, para compartilhar os dados das crianças. “Desta forma, o docente já começa o período letivo sabendo quais alunos têm mais dificuldade, e pode fazer uma avaliação do que eles já sabem e o que precisam aprender”, conta.
- Grupos produtivos
Muitos professores acreditam que precisam estar o tempo todo no comando, na frente da sala de aula, quando na verdade poderiam oferecer mais autonomia aos estudantes. Neste sentido, o coordenador pode trazer novas concepções para o docente e propor que ele faça a divisão da turma em grupos produtivos, para que as próprias crianças se ajudem e troquem ideias.
Segundo Simone, do Cedac, essa nova organização libera o professor para ajudar aqueles que mais precisam. “Ele pode organizar algumas atividades que as crianças consigam fazer com um pouco mais de autonomia, para assim ficar com esse grupo de crianças com mais dificuldade”, sugere.
- Professor auxiliar
Em muitas escolas, é possível que a gestão solicite um professor auxiliar para ajudar o docente em sala de aula. De acordo com o grau de experiência desse profissional, ele pode recuperar os alunos que estão abaixo das expectativas de aprendizagem esperadas ou aliviar o trabalho do titular para que ele consiga se concentrar neste grupo.
“A dupla gestora é responsável por fazer a articulação com a Secretaria de Educação para trazer esse professor auxiliar. O coordenador também pode ajudar o docente a organizar o trabalho e definir quem irá conduzir cada atividade em sala de aula”, aponta Simone.
- Conversa com as famílias
A parceria da escola com a família é essencial para garantir que os alunos consigam aprender. O gestor e o coordenador têm o dever de conversar com os pais para incentivá-los a dar apoio à criança, seja com afeto e incentivo, seja proporcionando um bom espaço para que ela estude e faça a lição de casa.
“É preciso que os pais estejam cientes das dificuldades do filho e entendam quais intervenções são realizadas na escola, para que possam acompanhar a evolução da criança”, destaca a coordenadora Eduarda Mayrink.
- Grupos de apoio e reforço
Outra opção é organizar grupos de apoio no período do contraturno. Assim como no caso do auxiliar, o coordenador deve se articular com a secretaria para buscar o apoio necessário, ou mesmo organizar quem na própria escola poderia ficar responsável pelos grupos. É preciso lembrar que esse tipo de reforço deve ser transitório, ou seja, os alunos precisam passar por um acompanhamento e uma avaliação regulares para identificar se estão aprendendo e se ainda precisam dessa ajuda.
Em algumas escolas, há uma sala especializada de apoio com uma psicopedagoga, especialista em trabalhar com crianças que têm dificuldades mais específicas. “O coordenador precisa ajudar o professor a entender qual é o tipo de dificuldade da criança, se ela pode ser resolvida com intervenções didáticas ou se precisa de ajuda especializada”, explica Simone.
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