Atividade 1
- Língua Portuguesa
Ensino Fundamental
– 8° Ano A e B - Prof. Wilton
Atividade 1 -
Língua Portuguesa
Texto 1
Belém do Pará
Bembelelém!
Viva Belém!
Belém do Pará porto
moderno integrado na equatorial
Beleza eterna da
paisagem
Bembelelém!
Viva Belém!
Cidade pomar
(Obrigou a polícia
a classificar um tipo novo de delinquente:
O apedrejador de
mangueiras)
Bembelelém!
Viva Belém!
Belém do Pará onde
as avenidas se chamam Estradas:
Estrada de São
Jerônimo
Estrada de Nazaré
(...)
BANDEIRA, Manuel.Os
melhores poemas de Manuel Bandeira. Seleção Francisco de Assis Barbosa. São
Paulo: Global. 1984. p.7 8.
1. As palavras
“Bembelelém, Belém”, com repetição de sons semelhantes sugerem
(A) brincadeira com
palavras.
(B) evocação do
repicar de sinos.
(C) homenagem a
Belém do Pará.
(D) leveza da
estrutura do poema.
Texto 2
Sumiço
Desesperado, o
chefe olha para o relógio, e já não acreditando que um funcionário chegaria a
tempo
de fornecer uma
informação importantíssima para uma reunião, liga para o tal:
— Alô! – atende uma
voz de criança, quase sussurrando.
— Alô. Seu papai
está?
— Tá... – ainda
sussurrando.
— Posso falar com
ele?
— Não. – disse a
criança bem baixinho.
Meio sem graça, o
chefe tenta falar com algum outro adulto:
— E a sua mamãe?
Está aí?
— Tá.
— Ela pode falar
comigo?
— Não. Ela tá
ocupada.
— Tem mais alguém
aí?
— Tem... –
sussurra.
— Quem?
— O ―puliça‖.
Um pouco surpreso,
o chefe continua:
— O que ele está
fazendo aí?
— Ele tá
conversando com o papai, com a mamãe e com o ―bombelo‖...
Ouvindo um grande
barulho do outro lado da linha, o chefe pergunta assustado:
— Que barulho é
esse?
— É o ―licópito‖.
— Um helicóptero?
— É. Ele ―tlosse‖
uma equipe de busca.
— Minha nossa! O
que está acontecendo aí? – o chefe pergunta, já desesperado.
E a voz sussurra
com um risinho safado:
— Eles tão me
―puculando‖.
Fonte:http://criancas.uol.com.br/piadas/piadas_criancas.jhtm.
Acesso em 05//08/2007.
2. Nesse texto, a
palavra “sussurrando” indica que o menino falava
(A) agitado.
(B) assustado
(C) baixo.
(D) sério.
3. Na frase “Tem
mais alguém aí?”, o verbo empregado representa uma marca de
(A) registro oral
formal.
(B) registro oral
informal.
(C) falar regional.
(D) falar caipira.
Texto 3
Pedro, o Homem da
Flor...
(Stanislaw Ponte
Preta)
Quando anoitece,
Pedro pega a sua clássica cestinha, enche de flores, cujas hastes teve o
cuidado de enrolar em papel prateado, e sai do barraco rumo à Copacabana, onde
fica até alta madrugada, entrando nos bares - em todos os bares, porque Pedro
conhece todos - vendendo rosas.
Quando a cesta fica
vazia, Pedro conta a féria e vai comer qualquer coisa no botequim mais próximo.
Depois volta para casa como qualquer funcionário público que tivesse cumprido zelosamente
sua tarefa, na repartição a que serve.
Conversei uma vez
com Pedro - o homem da flor. Já o vinha observando quando era o caso de estar
num bar em que ele entrava. Vira-o chegar e dirigir-se às mesas em que havia um
casal. Pedia licença e estendia a cesta sobre a mesa. Psicologia aplicada,
dirão vocês, pois qual homem que se nega a oferecer flor à moça que o
acompanha, quando se lhe apresenta a oportunidade? Sim, talvez Pedro seja um
bom psicólogo mas, mais que isso, é um romântico. Quando o homem mete a mão no
bolso e pergunta quanto custa a flor, depois de ofertá-la à companheira, Pedro
responde com um sorriso:
-Dá o que o senhor
quiser, moço. Flor não tem preço.
Como eu ia dizendo,
conversei uma vez com Pedro e, desse dia em diante, temos conversado muitas
vezes. Ele sabe de coisas. Sabe, por exemplo, que a rosa branca encanta as
mulheres morenas, enquanto as louras, invariavelmente, preferem rosas
vermelhas. Fiel às suas observações, é incapaz de oferecer rosas brancas às
mulheres louras, ou vice versa. Se entra num bar e as flores de sua cesta são
todas de uma só cor, não coincidindo com o gosto comum às mulheres presentes,
nem chega a oferecer sua mercadoria. Vira as costas e sai em demanda de outro
bar, onde estejam mulheres louras, ou morenas, se for o caso.
O pequeno buquê de
violetas - quando as há - é carinhosamente arrumado pelas suas mãos grossas de
operário, assim como também as hastes prateadas das rosas. Saibam todos os que
se fizeram fregueses de Pedro - o homem da flor - que aquele papel prateado
artisticamente preso na haste das rosas e que tanto encantava as moças foi
antes um comum papel de maços de cigarros vazios, que o próprio Pedro recolheu
por aí, nas suas andanças pela madrugada.
Sei que Pedro ama
sua profissão, tira dela o seu sustento, mas acima de tudo esforça-se por
dignificá-la. Não vê que seria um mero mercador de flores!
Lembro-me da vez em
que, entrando pelo escuro do bar, trouxe nas mãos a última rosa branca para a
moça morena que bebia calada entre dois homens. Quando os três
levantaram a cabeça
ante a sua presença, pudemos notar - eu, ele e as demais pessoas presentes -
que a moça era linda, de uma beleza comovente, suave, mas impressionante.
Pedro estendeu-lhe
a rosa sem dizer uma palavra e, quando um dos rapazes quis pagar lhe, respondeu
que absolutamente era nada. Dava-se por muito feliz por ter tido a oportunidade
de oferecer aquela flor à moça que lá estava. E sem ousar olhar novamente pra
ela, e disse:
- Mais flores eu
daria se mais flores eu tivesse!
Assim é Pedro - o
homem da flor.
Discreto,
sorridente e amável, mesmo na sua pobreza. Vende flores quase sempre e oferece
flores quando se emociona. Foi o que aconteceu na noite em que, mal chegado à
Copacabana, viu o povo que rodeava o corpo do homem morto, vítima de um mal
súbito. Só depois que soube que Pedro o conhecia do tempo em que era porteiro
de um bar no Lido. Na hora não. Na hora ninguém compreendeu, embora todos se
comovessem com seu gesto, ali abaixado a colocar todas as suas flores sobre as
mãos do homem morto. Pois foi o que Pedro fez, voltando em seguida para a sua
favela do Esqueleto.
Naquela noite, não
trabalhou.
Fonte:
http://saresp.fde.sp.gov.br/2005/Arquivos/Provas_EF_2005/8%C2%B0s%C3%A9rie%20EF%20tarde.pdf
4. A personagem
Pedro vendia flores em
(A) bares de
Copacabana.
(B) favelas no
Esqueleto.
(C) portarias no
Lido.
(D) repartições
públicas
5. No segundo
parágrafo, o narrador relata o sucesso da venda de flores quando Pedro
(A) enrola as
hastes em papel prateado.
(B) enrola as
hastes das flores e sai.
(C) entra nos bares
e fica até de madrugada na rua.
(D) conta o
dinheiro e vai comer
6. O fato que
origina a crônica é a observação do narrador sobre
(A) o comportamento
do vendedor.
(B) a disposição
das mesas do bar.
(C) o mistério das
mulheres.
D) a organização
das flores no cesto
7. O narrador
apresenta a fala do personagem na seguinte passagem:
(A) “Conversei uma
vez com Pedro – o homem da flor”.
(B) “Sim, talvez
seja um bom psicólogo”.
(C) “ Mais flores
daria se mais flores tivesse”.
D) “Assim é Pedro –
o homem da flor”.
8. O narrador conta
a trajetória profissional de seu personagem com
(A) hostilidade e
arrogância.
(B) tristeza e
arrependimento.
(C) espanto e
simpatia.
(D) ironia e
desprezo
9. Do trecho
“Naquela noite não trabalhou”, pode-se deduzir que a personagem
(A) deixara todas
as suas flores no chão.
(B) era uma pessoa
cheia de amargura
(C) estava cansado
de vender flores
(D) ficara triste
com a morte do colega.
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