"A criança e o mundo"
Pesquisa relaciona reflexões de Hannah Arendt sobre o ensino com conceitos de sua obra política
Achei muito interessante essa matéria sobre a filósofa alemã Hannah Arendt (1906-1975) que escreveu apenas um ensaio sobre educação em meio a uma obra eminentemente política. Esse texto, intitulado "A crise na educação" (1958), publicado no Brasil em 1974 no livro Entre o passado e o futuro, contesta as orientações de ensino tidas como as mais avançadas à época por pedagogos e educadores nos Estados Unidos, onde a pensadora viveu.
Ela ia intencionalmente na contramão do que se pensava ao defender um sistema educacional que não se voltasse acima de tudo para a prática, mas sim para a tarefa de apresentar à criança um legado cultural de realizações históricas.
"A filósofa mostra que mudar métodos não resolve o problema da educação se não houver uma discussão sobre sua própria substância", explicou Celso Lafer, professor emérito da Faculdade de Direito da USP e ex-presidente da FAPESP.
"A função da escola é ensinar às crianças como é o mundo, e não instruí-las na arte de viver", afirmou um trecho do ensaio em referência ao movimento Escola Nova, que tem como filósofo pragmatista norte-americano John Dewey (1859-1952) seu nome mais importante.
Segundo a professora Carlota Boto, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE - USP), "o texto de Arendt é uma referência importante pela crítica que faz aos modismos da educação e por apontar alguns equívocos que estavam em voga, como só valorizar em sala de aula o que a própria criança criou".
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