Trabalho acadêmico foi realizado durante curso oferecido pela Unesp e Rede São Paulo de Formação Docente
O artigo “Recursos da linguagem teatral como estratégia de ensino para estudantes com deficiência visual” está publicado na última edição da revista científica Polyphonía, periódico semestral do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação da Universidade Federal de Goiás. De autoria de Willian Dias dos Santos, professor de Arte na Educação Básica da Secretaria Estadual de Educação (SEE) de São Paulo, o texto é resultado de um trabalho acadêmico elaborado durante o curso semipresencial Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, uma iniciativa da Rede São Paulo de Formação Docente (Redefor) da SEE-SP, em parceria com o Núcleo de Educação a Distância (NEaD) da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).
Para analisar a contribuição das práticas de ensino de teatro, Santos realizou uma pesquisa qualitativa, em uma escola do interior paulista, com a participação de uma aluna com deficiência visual do 2° ano do Ensino Fundamental. O artigo descreve as atividades desenvolvidas nas aulas e as adaptações que foram necessárias para incluir a estudante, proporcionando a aquisição de habilidades e competências esperadas de todos os alunos e também específicas, relacionadas à sua condição. “Apliquei exercícios e jogos teatrais que visavam concentração, ritmo e percepções corporais. E mediei o protagonismo da aluna, objetivando sua autoconfiança e percepção de espaço”, explica o professor.
Santos ressalta a importância de observar as necessidades de estudantes público-alvo da educação especial. “Percebi que a aluna não conseguia chegar sozinha, após o intervalo, da porta da sala até sua mesa. Com conversas descontraídas, estimulei-a a investigar o ambiente”. O professor lembra que jogos teatrais trabalham a memorização e percepção de limites de espaço, ambos importantes para a estudante.
Outra ação foi tornar as atividades feitas em classe atrativas para a aluna. “Na aula de cores, trabalhei com a narração das sensações. Ou seja, vermelho remete-se a algo quente, azul à tranquilidade, amarelo à riqueza... Quando foram transmitidos vídeos de espetáculos de dança e contos de fadas, tive a preocupação de explicar com detalhes o que seria de difícil compreensão para ela”.
O professor conta que o curso sobre Educação Inclusiva contribuiu muito para sua formação e percurso docente. “A especialização foi uma oportunidade que todos os professores, de qualquer área do conhecimento, deveriam ter. O curso contribuiu para eu enxergar o público da educação especial com um olhar desmistificado em relação aos dilemas e os desafios que nós, professores, lidamos em nosso cotidiano”. Santos conclui enfatizando que a chave fundamental para a profissão é o amor, um tema que foi muito discutido nos encontros presenciais do curso. “Nas mais variadas circunstâncias que a vida possibilitou-me experimentar, nunca me faltou coragem, perseverança e paixão, principalmente junto à profissão, e nela tenho a satisfação de aventurar-me sempre”.
Leia o artigo na íntegra: https://www.revistas.ufg.br/sv/article/view/43454
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