Planejamento participativo é primeiro passo para melhorar o ensino na escola
Em 2005, uma escola de Santa Cruz do Sul (RS) resolveu que era hora de alavancar seus índices educacionais e proporcionar um aprendizado adequado aos seus alunos. De 2005 para 2013, a Escola Bruno Agnes saiu de um Ideb de 4,6 para um índice de 6,7. O aprendizado adequado em Língua Portuguesa no 5º ano saiu de 34% em 2007 para 73% em 2011. Tudo foi planejado e organizado para que cada passo pudesse levar a um resultado satisfatório. Para isso, foi preciso repensar desde questões estratégias, pedagógicas e políticas dentro da escola. O professor Dionisio Júlio Beskow, vice-diretor da escola, contou para o QEdu como foi esse processo. Confira como a equipe gestora trabalhou, inspire-se e transforme a sua realidade também.
“Em 2005, a escola EEEF Bruno Agnes, em Santa Cruz do Sul (RS), encontrava-se numa condição desconfortável com um índice de 4,6. A partir dessa situação, tomamos quatro decisões que deveriam impactar no resultado ao longo dos anos. As decisões tomadas pela equipe gestora foram estratégicas, pedagógicas e políticas.
1º passo – Adote um Planejamento Estratégico Participativo
A primeira delas foi política e estratégica. Adotamos o Planejamento Estratégico Participativo como instrumento norteador de todas as ações na escola. As demais decisões foram decorrentes desse planejamento: promover a qualificação docente, monitorar a aprendizagem de cada aluno e oportunizar o reforço escolar no turno inverso com o comprometimento da família. Nosso primeiro grande movimento resultou na implantação do Planejamento Estratégico Participativo. Na época, elegemos como foco da Gestão Escolar o Pedagógico – o administrativo, a estrutura física e o financeiro à disposição da aprendizagem do aluno.
Nesse momento, começamos a questionar, do ponto de vista técnico-metodológico, o marco referencial do nosso Projeto Político Pedagógico, passando do ‘sonho’ para uma proposta exequível – a construção de uma prática pedagógica contextualizada, interdisciplinar e adaptada aos novos cenários da aprendizagem. De início, partimos para a formação da visão estratégica da escola. Em seguida, realizamos o diagnóstico institucional com análise do ambiente interno e externo, chegando às estratégias organizacionais, detalhando as metas, indicadores e ações, que seriam desencadeadas pelos professores da escola. Portanto, todas as ações deveriam convergir para a melhoria do desempenho cognitivo dos nossos alunos, em conformidade com a nova proposta. A consolidação de nossa prática veio com a implantação, em 2012, pela Secretaria de Educação do RS, do SEAP – Sistema Estadual de Avaliação Participativa, que legitimou a ideia de que estávamos num caminho promissor.
2º passo – Qualifique seus professores
O segundo movimento veio do próprio diagnóstico que apontava a necessidade da qualificação dos professores sobre metodologias ativas, os processos de aprendizagem e planejamento pedagógico. Para isso, estabelecemos um diálogo com a CRE e universidades para a formação continuada dos docentes, além das parcerias para seminários e oficinas de estudo com outras escolas, a fim de otimizar os recursos financeiros. O comprometimento dos nossos professores com o planejamento pedagógico coletivo foi fundamental para qualificar a prática docente em sala de aula. O planejamento serviu de instrumento para a efetividade da práxis do professor.
Outro diferencial para a escola foi a nossa adesão ao Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa – PNAIC, um programa federal de Alfabetização, Letramento e Alfabetização Matemática, que vem qualificando os professores do Ciclo de Alfabetização. O foco desse programa são ações que contribuem para o debate acerca dos direitos de aprendizagem dos alunos, os processos de avaliação e acompanhamento da aprendizagem das crianças, planejamento e avaliação das situações didáticas.
Na escola, o ciclo de alfabetização tem o compromisso de introduzir os direitos de aprendizagem durante o 1º ano, aprofundá-los no 2º ano e consolidá-los no 3º ano, para assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade. Por outro lado, também temos um cuidado especial com os alunos do 4º e 5º anos, porque serão eles os avaliados na Prova Brasil em 2015. Logo, os direitos ou expectativas de aprendizagem dos mesmos, deverão ser igualmente aprofundados e consolidados.”
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