Ideias para 2026
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Construir um perfil dos jovens que estão na escola hoje tendo a filosofia sankofa como ponto de partida.
Sankofa
Há na tradição africana um conceito que capta o essencial da prática de Abdias: o sankofa, parte de um conjunto de ideogramas chamados adinkra, representado por um pássaro que volta a cabeça à cauda. O símbolo é traduzido por: “retornar ao passado para ressignificar o presente e construir o futuro”.
Essa ética transparece no esforço do povo negro por recuperar a sua ancestralidade e por apontar as sequelas da diáspora, a dispersão dos negros pelo mundo. A cada ação política ou artística, Abdias dava mais um passo nesse sentido.
Adinkra
Adinkra é o nome de um conjunto de símbolos ideográficos dos povos acã, grupo linguístico da África Ocidental que povoa a região que hoje abrange parte de Gana e da Costa do Marfim. Os símbolos são estampados em tecido, esculpidos em peças de ferro usadas para pesar o ouro, talhados em bancos reais e em peças de madeira que anunciam a soberania dos reinos.
Adinkra significa “adeus à alma”, e as pessoas usam o tecido com essas estampas em ocasiões fúnebres e em festivais de homenagem a pessoas importantes. São mais de 90 símbolos, cujo significado se transmite nos nomes e nos respectivos provérbios.
Os ideogramas se baseiam em figuras de animais, plantas, corpos celestiais, o corpo humano, objetos feitos pelo ser humano ou formas abstratas. O mesmo princípio pode ser grafado de várias formas, pela representação do ser ou do objeto e pela estilização gráfica dessa imagem. Sankofa, um dos adinkra mais conhecidos, significa a sabedoria de aprender com o passado para construir o presente e o futuro. Seu símbolo é o pássaro que olha para trás. Essa representação ganhou estilização gráfica na forma de dois símbolos que transmitem a ideia expressa no provérbio “nunca é tarde para voltar e apanhar aquilo que ficou atrás”.
Trata-se, enfim, de um antigo sistema africano de escrita. A importância desse fato é incomensurável, pois a ciência etnocentrista europeia negou que a África tivesse história alegando que seus povos não criaram sistemas de escrita. Até hoje prevalece a noção de uma África de tradição exclusivamente oral, como se nela não existisse a tradição escrita. Mas a escrita nasce na África com os antecessores dos hieróglifos egípcios, e existem inúmeras escritas africanas anteriores e posteriores à escrita árabe.
Os símbolos adinkra incorporam, preservam e transmitem aspectos da história, da filosofia, dos valores e das normas socioculturais dos povos acã, e vêm sendo adotados na diáspora como parte da missão de recuperar e valorizar essas antigas tradições que compõem o legado ancestral africano.
Os significados dos adinkra presentes nesta galeria foram retirados do livro Adinkra: Sabedoria em Símbolos Africanos, com organização de Elisa Larkin Nascimento e Luiz Carlos Gá.
Fonte: https://ocupacao.icnetworks.org/ocupacao/abdias-nascimento/sankofa/
Fonte: https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/crianca-e-adolescente/acoes-e-programas/Sankofa.pdf
Sankofa: significado desse símbolo africano
A palavra Sankofa, que na verdade tem dois símbolos que a representam, um pássaro mítico e um coração estilizado, simboliza a volta para adquirir conhecimento do passado, a sabedoria e a busca da herança cultural dos antepassados para construir um futuro melhor.
Esta palavra é proveniente da língua twi ou axante, sendo composta pelos termos san, que é “retornar; para retornar”, ko, que significa “ir”, e fa, que quer dizer “buscar; procurar”. Pode ser traduzida como “Volte e pegue”.
Ela surgiu com o provérbio ganês “Se wo were fi na wo sankofa a yenkyi”, que significa “Não é tabu voltar para trás e recuperar o que você esqueceu (perdeu)”.
Símbolos Adinkra: pássaro mítico e coração estilizado
O pássaro apresenta os pés firmes no chão e a cabeça virada para trás, segurando um ovo com o bico. O ovo simboliza o passado, demonstrando que o pássaro voa para frente, para o futuro, sem esquecer do passado.
Ganha o sentido de que para construir um futuro melhor, é preciso conhecer o passado. O coração estilizado é utilizado algumas vezes no lugar da ave.
Sankofa e seus dois símbolos surgem com o povo akan, que se localizam nos territórios de Gana e Costa do Marfim (África Ocidental).
Eles fazem parte dos símbolos adinkras, que são um conjunto de ideogramas, ou seja, símbolos gráficos que eram usados para estampar tecidos de roupas, cerâmica, objetos, entre outros.
Estes desenhos tinham como propósito representar valores da comunidade, ideias, provérbios, além de serem usados em cerimônias e rituais, como, por exemplo, funerais e homenagens à líderes espirituais.
Sanfoka nos Estados Unidos e no Brasil
O pássaro mítico e o coração estilizado acabaram por se popularizar em outros locais, como os Estados Unidos e o Brasil, por exemplo.
Nos Estados Unidos, eles se espalham por várias cidades: Oakland, Charleston, Nova Orleans, entre outras. Em Charleston o legado e a tradição dos ferreiros do estúdio Philip Simmons continuam. Estes trabalhadores aprenderam tudo sobre a arte do metal com os ex-escravos, que trouxeram seu talento para o país.
Acredita-se que no Brasil o mesmo aconteceu com a colonização, pelo fato de vários corações estilizados estarem estampados em portões brasileiros.
Esses símbolos são uma lembrança da história afro-americana e afro-brasileira e a importância de recordar os erros do passado, para que eles não sejam repetidos no futuro.
Fonte: https://www.dicionariodesimbolos.com.br/sankofa-significado-desse-simbolo-africano/
Professor Lúcio Mauro Carnaúba
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