FILOSOFIA
Primeiro Ano do Ensino Médio
Nesse final de bimestre
vamos entender um pouco melhor o porquê devemos estudar filosofia e para que
ela serve. Primeiro, se possível, vá para um local onde você consiga se
concentrar e de preferência sentado, leia o texto a seguir:
Aprender a viver
[...]
adquiri, ao longo dos anos, a convicção de que para todo indivíduo, inclusive
para os que não veem como uma vocação, é valioso estudar ao menos um pouco de
filosofia, nem que seja por dois motivos bem simples.
O
primeiro é que, sem ela, nada podemos compreender do mundo em que vivemos. É
uma formação das mais esclarecedoras, mais ainda do que a das ciências
históricas. Por quê? Simplesmente porque a quase totalidade de nossos
pensamentos, de nossas convicções, e também de nossos valores, se inscreve, sem
que o saibamos, nas grandes visões de mundo já elaboradas e estruturadas ao
longo da história das ideias. É indispensável compreendê-las para apreender sua
lógica, seu alcance e sua implicações... [...]
Além do
que se ganha em compreensão, conhecimento de si e dos outros por intermédio das
grandes obras da tradição, é preciso saber que elas podem simplesmente ajudar a
viver melhor e mais livremente. [...]
Aprender
a viver, aprender a não temer em vão as diferentes faces da morte, ou
simplesmente, a superar a banalidade da vida cotidiana, o tédio, o tempo que
passa, já era o principal objetivo das escolas da Antiguidade grega. A mensagem
delas merece ser ouvida, pois, diferentemente do que acontece na história das
ciências, as filosofias do passado ainda nos falam. Eis um ponto importante que
por si só merece reflexão.
Quando
uma teoria científica se revela falsa, quando é refutada por outra visivelmente
mais verdadeira, cai em desuso e não interessa a mais ninguém – à exceção de
alguns eruditos. As grandes respostas filosóficas dadas desde os primórdios à
interrogação sobre como se aprende a viver continuam, ao contrário, presentes.
Desse ponto de vista seria preferível comparar a história da filosofia com a
das artes, e não com a das ciências: assim como as obras de Braque e Kandisky
não são ‘mais belas’ do que as de Vermeer ou Manet, as reflexões de Kant ou
Nietzsche sobre o sentido ou não sentido da vida não são superiores – nem,
aliás, inferiores – às de Epicteto, Epicuro ou Buda. Nelas existem proposições
de vida, atitudes em face da existência, que continuam a se dirigir a nós
através dos séculos e que nada pode tornar obsoletas. As teorias científicas de
Ptolomeu ou de Descartes estão radicalmente ‘ultrapassadas’ e não têm outro
interesse senão histórico, ao passo que ainda podemos absorver as sabedorias
antigas, assim como podemos gostar de um templo grego ou de uma caligrafia
chinesa, mesmo vivendo em pleno século XXI.
FERRY, Luc. Aprender
a viver: filosofia para novos tempos. Rio de janeiro: Objetiva. P. 15-17.
Após a leitura do texto responda as questões abaixo:
·
1 - Luc Ferry indica dois motivos pelos quais
todos deveriam estudar ao menos um pouco de filosofia. Quais são eles?
·
2 - Em que sentido estudar a história da
filosofia é diferente de estudar a história da ciência?
·
3 – Por que é valido comparar a história da
filosofia com a história da arte?
·
Você acha que de algum modo a filosofia pode
te ajudar a encarar situações em sua vida? Explique.
Por hoje é isso, muito obrigado por sua atenção. Semana
que vem, temos outra atividade.
Caso
achem melhor, podem entrar em contato comigo através do meu e-mail:
simoeshenrique303@gmail.com
Bom dia,
espero que estejam bem. Nesse final de bimestre vamos entender um pouco melhor
o conceito de ética e moral. Primeiro, se possível, vá para um local onde você
consiga se concentrar e de preferência sentado, leia o texto.
Os
valores
Constantemente
avaliamos pessoas, coisas e situações: “Esta caneta é ruim, pois falha muito”;
“Esta mulher é atraente”; “Acho que João agiu mal por não ajudar você”;
“Prefiro comprar este, que é mais barato”.
Afirmações
como esses referem-se a:
·
Juízos de realidade, quando consideramos o
fato de que a caneta e a mulher existem;
·
Juízos de valor, quando lhes atribuímos uma
qualidade que mobiliza nossa atração ou repulsa.
Observe que nos exemplos
destacamos os valores de utilidade (útil ou inútil), de beleza (belo ou feio),
morais (bom ou mal) e econômicos (caro ou barato). Desse modo, os valores podem
ser utilitários, estéticos, éticos, econômicos e de outros tipos, como lógicos (verdadeiro
ou falso), religiosos (sagrado ou profano) etc.
Mas o que são valores?
Embora a temática dos valores seja tão antiga quanto a humanidade, só no
século XIX surgiu a teoria dos valores ou axiologia. A axiologia não se ocupa
do ser (como a metafísica), mas do dever ser, das relações entre os seres e o
sujeito que os avalia.
Os seres – sejam eles coisas inertes, seres vivos ou
ideias -mobilizam nossa afetividade por atração ou por repulsa. Portanto, algo
possui valor quando não nos deixa indiferentes. É nesse sentido que García
Morente diz:
Os valores não são, mas
valem. Uma coisa é valor e outra coisa é ser. Quando dizemos de algo que vale,
não dizemos do seu ser, mas dizemos que não é indiferente. [...] A não
indiferença é a essência do valer. [...] Os valores não têm, pois, a categoria
do ser, mas a categoria do valer [...] O valor é uma qualidade.
MORENTE, Manuel García.
Fundamentos de filosofia: lições preliminares. 2. Ed. São Paulo: Mestre Jou,
1966. p. 296.
Em um primeiro momento, os valores são herdados. Ao
nascermos, o mundo cultural é um sistema de significados já estabelecido, de
tal modo que aprendemos desde cedo como nos comportar á mesa, na rua, diante de
estranhos, como, quando e quanto falar em determinadas circunstâncias; como andar,
correr, brincar; como cobrir o corpo e quando desnudá-lo; como apreciar a
beleza ou a feiura; quais são nossos direitos e deveres. Conforme atendemos ou
transgredimos os padrões, os comportamentos são avaliados como bons ou maus,
seja do ponto de vista ético, estético, religioso etc.
Segundo a valoração, as pessoas podem achar bonito ou
feio o desenho que acabamos de fazer; criticar-nos por não termos cedido lugar
a uma pessoa mais velha; considerar bom o preço que pagamos por uma mercadoria;
elogiar-nos por manter a palavra dada. Nós próprios nos alegramos ou nos
arrependemos por nossas ações. Isso significa que o resultado de nossos atos
está sujeito à sanção em intensidades variadas: a crítica de um amigo, “aquele’
olhar da mãe, a indignação ou até a coerção física, quando alguém é preso por
um crime cometido.
Agora, reflita sobre o texto
que acabou de ler e responda:
·
1 – Sofremos um certo tipo de coerção para
adquirir valores preestabelecidos?
·
2- Em sua concepção de que modo novos valores
implicam em nossa noção de ética e moral?
Por hoje é isso, muito
obrigado por sua atenção. Semana que vem temos outra atividade e entraremos de
vez no assunto de ética e moral.
Caso achem melhor, podem
entrar em contato comigo através do meu e-mail: simoeshenrique303@gmail.com
Terceiro Ano do Ensino Médio
Professor: Henrique Simões. Matéria: Filosofia. Série: 3ª Ensino médio
Bom dia,
espero que estejam bem. Nesse final de bimestre vamos entender um pouco melhor
como a linguagem e a língua são características que identificam a espécie
humana, e como isso se relaciona com a filosofia. Primeiro, se possível, vá
para um local onde você consiga se concentrar e de preferência sentado, leia o
texto.
A
Relação entre a Linguagem e Filosofia
O texto
a seguir é parte de uma entrevista de John Rogers Searle (1932 -), filósofo
estadunidense que foi aluno de Austin e que também desenvolve pesquisas no
campo da Filosofia da linguagem.
A
questão mais geral em Filosofia da Linguagem é a seguinte: Como exatamente a
linguagem se relaciona com a realidade? Quando faço barulhos com minha boca,
estou tipicamente fazendo uma declaração, uma pergunta, um pedido ou uma
promessa, ou estou ainda desempenhando um outro tipo de ato de fala, um tipo
que Austin batizou de ato ilocucionário. Como isso é possível, já que tudo o
que sai da minha boca não passa de um conjunto de sopros acústicos? Outra
maneira de fazer essa mesma pergunta é assim: o que exatamente é o significado?
Como um falante diz algo e torna esse algo significativo pelo que diz? Qual é o
significado das palavras em uma língua, onde as palavras têm um significado
convencional?
O motivo
pelo qual as perguntas “como a linguagem se relaciona com a realidade?” e “o
que é o significado?” são variantes da mesma questão é que a função do
significado é relacionar a linguagem com a realidade.
Ao
responder essas perguntas, a Filosofia da Linguagem tem de lidar com todo um
conjunto de outras questões, tais como: o que é verdade? O que é referência? O
que é lógica? O que são relações lógicas? O que é o uso da língua e como o uso
se relaciona ao significado? Por aí vai, com um grande número de outras
perguntas, tanto tradicionais como novas.
[...]
As
relações da Filosofia da Linguagem com a Filosofia em geral são também bastante
complexas. Por um longo tempo, muita gente pensou que toda Filosofia era, na
verdade, a Filosofia da Linguagem, porque se pensava que todas as questões
filosóficas poderiam ser resolvidas analisando a linguagem.
[...]
O motivo
por que a filosofia da Linguagem não é central como já foi há, digamos,
cinquenta anos, é que mitos filósofos – eu mesmo, por exemplo – passaram a
pensar que a Filosofia da Linguagem é, em si mesma, dependente de resultados da
Filosofia da Mente. A linguagem é uma extensão de capacidades biológicas
fundamentais da mente humana.
Searle, John. Filosofia da Linguagem: uma entrevista com
John Searle. Revista Virtual de Estudos da Linguagem – ReVEL, v.5, n.8, mar.
2007. Trad. Gabriel de Ávila Othero. Disponível em: <http://www.filosofia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=215>
Acesso em 5 mai. 2020.
Após a
leitura deste pequeno trecho da entrevista, responda:
·
1 – Qual é a função da linguagem na visão de
Searle?
·
2 – Por que a questão da linguagem é
importante para a filosofia?
·
3 – Podemos dizer que o modo que pensamos e
como vemos o mundo é resultado da nossa linguagem?
·
4 – Explique o que você entende por: “A
linguagem é uma extensão de capacidades biológicas fundamentais da mente
humana”.
Por hoje é isso, muito
obrigado por sua atenção. Semana que vem temos outra atividade e temas para
refletirem um pouco.
Caso
achem melhor, podem entrar em contato comigo através do meu e-mail: simoeshenrique303@gmail.com
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