sexta-feira, 8 de maio de 2020

Professor Henrique - Filosofia - E.E. "Professor Orlando Geríbola"


FILOSOFIA 

Primeiro Ano do Ensino Médio


Nesse final de bimestre vamos entender um pouco melhor o porquê devemos estudar filosofia e para que ela serve. Primeiro, se possível, vá para um local onde você consiga se concentrar e de preferência sentado, leia o texto a seguir:
Aprender a viver
            [...] adquiri, ao longo dos anos, a convicção de que para todo indivíduo, inclusive para os que não veem como uma vocação, é valioso estudar ao menos um pouco de filosofia, nem que seja por dois motivos bem simples.
            O primeiro é que, sem ela, nada podemos compreender do mundo em que vivemos. É uma formação das mais esclarecedoras, mais ainda do que a das ciências históricas. Por quê? Simplesmente porque a quase totalidade de nossos pensamentos, de nossas convicções, e também de nossos valores, se inscreve, sem que o saibamos, nas grandes visões de mundo já elaboradas e estruturadas ao longo da história das ideias. É indispensável compreendê-las para apreender sua lógica, seu alcance e sua implicações... [...]
            Além do que se ganha em compreensão, conhecimento de si e dos outros por intermédio das grandes obras da tradição, é preciso saber que elas podem simplesmente ajudar a viver melhor e mais livremente. [...]
            Aprender a viver, aprender a não temer em vão as diferentes faces da morte, ou simplesmente, a superar a banalidade da vida cotidiana, o tédio, o tempo que passa, já era o principal objetivo das escolas da Antiguidade grega. A mensagem delas merece ser ouvida, pois, diferentemente do que acontece na história das ciências, as filosofias do passado ainda nos falam. Eis um ponto importante que por si só merece reflexão.
            Quando uma teoria científica se revela falsa, quando é refutada por outra visivelmente mais verdadeira, cai em desuso e não interessa a mais ninguém – à exceção de alguns eruditos. As grandes respostas filosóficas dadas desde os primórdios à interrogação sobre como se aprende a viver continuam, ao contrário, presentes. Desse ponto de vista seria preferível comparar a história da filosofia com a das artes, e não com a das ciências: assim como as obras de Braque e Kandisky não são ‘mais belas’ do que as de Vermeer ou Manet, as reflexões de Kant ou Nietzsche sobre o sentido ou não sentido da vida não são superiores – nem, aliás, inferiores – às de Epicteto, Epicuro ou Buda. Nelas existem proposições de vida, atitudes em face da existência, que continuam a se dirigir a nós através dos séculos e que nada pode tornar obsoletas. As teorias científicas de Ptolomeu ou de Descartes estão radicalmente ‘ultrapassadas’ e não têm outro interesse senão histórico, ao passo que ainda podemos absorver as sabedorias antigas, assim como podemos gostar de um templo grego ou de uma caligrafia chinesa, mesmo vivendo em pleno século XXI.

FERRY, Luc. Aprender a viver: filosofia para novos tempos. Rio de janeiro: Objetiva. P. 15-17.
Após a leitura do texto responda as questões abaixo:

·         1 - Luc Ferry indica dois motivos pelos quais todos deveriam estudar ao menos um pouco de filosofia. Quais são eles?
·         2 - Em que sentido estudar a história da filosofia é diferente de estudar a história da ciência?
·         3 – Por que é valido comparar a história da filosofia com a história da arte?
·         Você acha que de algum modo a filosofia pode te ajudar a encarar situações em sua vida? Explique.

Por hoje é isso, muito obrigado por sua atenção. Semana que vem, temos outra atividade.

            Caso achem melhor, podem entrar em contato comigo através do meu e-mail: simoeshenrique303@gmail.com



Segundo Ano do Ensino Médio



            Bom dia, espero que estejam bem. Nesse final de bimestre vamos entender um pouco melhor o conceito de ética e moral. Primeiro, se possível, vá para um local onde você consiga se concentrar e de preferência sentado, leia o texto.

            Os valores
            Constantemente avaliamos pessoas, coisas e situações: “Esta caneta é ruim, pois falha muito”; “Esta mulher é atraente”; “Acho que João agiu mal por não ajudar você”; “Prefiro comprar este, que é mais barato”.
            Afirmações como esses referem-se a:
·         Juízos de realidade, quando consideramos o fato de que a caneta e a mulher existem;
·         Juízos de valor, quando lhes atribuímos uma qualidade que mobiliza nossa atração ou repulsa.
Observe que nos exemplos destacamos os valores de utilidade (útil ou inútil), de beleza (belo ou feio), morais (bom ou mal) e econômicos (caro ou barato). Desse modo, os valores podem ser utilitários, estéticos, éticos, econômicos e de outros tipos, como lógicos (verdadeiro ou falso), religiosos (sagrado ou profano) etc.
            Mas o que são valores?  Embora a temática dos valores seja tão antiga quanto a humanidade, só no século XIX surgiu a teoria dos valores ou axiologia. A axiologia não se ocupa do ser (como a metafísica), mas do dever ser, das relações entre os seres e o sujeito que os avalia.
            Os seres – sejam eles coisas inertes, seres vivos ou ideias -mobilizam nossa afetividade por atração ou por repulsa. Portanto, algo possui valor quando não nos deixa indiferentes. É nesse sentido que García Morente diz:

            Os valores não são, mas valem. Uma coisa é valor e outra coisa é ser. Quando dizemos de algo que vale, não dizemos do seu ser, mas dizemos que não é indiferente. [...] A não indiferença é a essência do valer. [...] Os valores não têm, pois, a categoria do ser, mas a categoria do valer [...] O valor é uma qualidade.
MORENTE, Manuel García. Fundamentos de filosofia: lições preliminares. 2. Ed. São Paulo: Mestre Jou, 1966. p. 296.

            Em um primeiro momento, os valores são herdados. Ao nascermos, o mundo cultural é um sistema de significados já estabelecido, de tal modo que aprendemos desde cedo como nos comportar á mesa, na rua, diante de estranhos, como, quando e quanto falar em determinadas circunstâncias; como andar, correr, brincar; como cobrir o corpo e quando desnudá-lo; como apreciar a beleza ou a feiura; quais são nossos direitos e deveres. Conforme atendemos ou transgredimos os padrões, os comportamentos são avaliados como bons ou maus, seja do ponto de vista ético, estético, religioso etc.
            Segundo a valoração, as pessoas podem achar bonito ou feio o desenho que acabamos de fazer; criticar-nos por não termos cedido lugar a uma pessoa mais velha; considerar bom o preço que pagamos por uma mercadoria; elogiar-nos por manter a palavra dada. Nós próprios nos alegramos ou nos arrependemos por nossas ações. Isso significa que o resultado de nossos atos está sujeito à sanção em intensidades variadas: a crítica de um amigo, “aquele’ olhar da mãe, a indignação ou até a coerção física, quando alguém é preso por um crime cometido.
           
Agora, reflita sobre o texto que acabou de ler e responda:

·         1 – Sofremos um certo tipo de coerção para adquirir valores preestabelecidos?
·         2- Em sua concepção de que modo novos valores implicam em nossa noção de ética e moral?

Por hoje é isso, muito obrigado por sua atenção. Semana que vem temos outra atividade e entraremos de vez no assunto de ética e moral.

Caso achem melhor, podem entrar em contato comigo através do meu e-mail: simoeshenrique303@gmail.com




Terceiro Ano do Ensino Médio 




Professor: Henrique Simões.  Matéria: Filosofia. Série: 3ª Ensino médio

            Bom dia, espero que estejam bem. Nesse final de bimestre vamos entender um pouco melhor como a linguagem e a língua são características que identificam a espécie humana, e como isso se relaciona com a filosofia. Primeiro, se possível, vá para um local onde você consiga se concentrar e de preferência sentado, leia o texto.

            A Relação entre a Linguagem e Filosofia

            O texto a seguir é parte de uma entrevista de John Rogers Searle (1932 -), filósofo estadunidense que foi aluno de Austin e que também desenvolve pesquisas no campo da Filosofia da linguagem.
            A questão mais geral em Filosofia da Linguagem é a seguinte: Como exatamente a linguagem se relaciona com a realidade? Quando faço barulhos com minha boca, estou tipicamente fazendo uma declaração, uma pergunta, um pedido ou uma promessa, ou estou ainda desempenhando um outro tipo de ato de fala, um tipo que Austin batizou de ato ilocucionário. Como isso é possível, já que tudo o que sai da minha boca não passa de um conjunto de sopros acústicos? Outra maneira de fazer essa mesma pergunta é assim: o que exatamente é o significado? Como um falante diz algo e torna esse algo significativo pelo que diz? Qual é o significado das palavras em uma língua, onde as palavras têm um significado convencional?
            O motivo pelo qual as perguntas “como a linguagem se relaciona com a realidade?” e “o que é o significado?” são variantes da mesma questão é que a função do significado é relacionar a linguagem com a realidade.
            Ao responder essas perguntas, a Filosofia da Linguagem tem de lidar com todo um conjunto de outras questões, tais como: o que é verdade? O que é referência? O que é lógica? O que são relações lógicas? O que é o uso da língua e como o uso se relaciona ao significado? Por aí vai, com um grande número de outras perguntas, tanto tradicionais como novas.
[...]
            As relações da Filosofia da Linguagem com a Filosofia em geral são também bastante complexas. Por um longo tempo, muita gente pensou que toda Filosofia era, na verdade, a Filosofia da Linguagem, porque se pensava que todas as questões filosóficas poderiam ser resolvidas analisando a linguagem.
[...]
            O motivo por que a filosofia da Linguagem não é central como já foi há, digamos, cinquenta anos, é que mitos filósofos – eu mesmo, por exemplo – passaram a pensar que a Filosofia da Linguagem é, em si mesma, dependente de resultados da Filosofia da Mente. A linguagem é uma extensão de capacidades biológicas fundamentais da mente humana.
Searle, John. Filosofia da Linguagem: uma entrevista com John Searle. Revista Virtual de Estudos da Linguagem – ReVEL, v.5, n.8, mar. 2007. Trad. Gabriel de Ávila Othero. Disponível em: <http://www.filosofia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=215> Acesso em 5 mai. 2020.

            Após a leitura deste pequeno trecho da entrevista, responda:

·         1 – Qual é a função da linguagem na visão de Searle?
·         2 – Por que a questão da linguagem é importante para a filosofia?
·         3 – Podemos dizer que o modo que pensamos e como vemos o mundo é resultado da nossa linguagem?
·         4 – Explique o que você entende por: “A linguagem é uma extensão de capacidades biológicas fundamentais da mente humana”.

Por hoje é isso, muito obrigado por sua atenção. Semana que vem temos outra atividade e temas para refletirem um pouco.

            Caso achem melhor, podem entrar em contato comigo através do meu e-mail: simoeshenrique303@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário