O desenvolvimento de competências socioemocionais está diretamente ligado à formação de futuros cidadãos e adultos mais felizes e mais preparados para enfrentar os desafios da vida moderna. Sendo assim, características como perseverança, autocontrole, confiança, curiosidade, honestidade e otimismo podem e devem ser estimuladas desde cedo junto às crianças. Pais, professores e toda a aldeia que participa da formação dos pequenos devem estar atentos aos possíveis caminhos para prepará-los para viver e trabalhar em um mundo cada vez mais complexo.
Problemas de socialização, ansiedade e distúrbios alimentares, por exemplo, podem ser provocados por aspectos bem particulares dos novos tempos: o bombardeio de informações e uma rotina com excesso de compromissos aos quais as crianças são submetidas todos os dias. Se até mesmo nós, adultos, temos dificuldade para lidar com essa nova realidade e com tanta cobrança, imagine o quanto pode afetar os pequenos. É preciso compreender que a responsabilidade nessa situação é nossa e, portanto, cabe a nós também mediar a mudança necessária para garantir o desenvolvimento de crianças felizes e saudáveis.
A construção de valores éticos, morais e sociais da criança é responsabilidade de duas instituições: a escola e a família. No âmbito familiar, os pais, irmãos, avós, tios e demais familiares são as referências que a criança terá para desenvolver suas capacidades socioemocionais. Já na escola, essa referência é ampliada para os professores, coordenadores e demais profissionais de educação, assim como pelos seus próprios colegas, que têm grande poder de influência. Para a Unesco, a educação do século 21 deve ser mais integradora, baseada em quatro pilares: aprender a ser, aprender a conviver, aprender a conhecer e aprender a fazer. Ou seja, vai muito além de saber as operações matemáticas, escrever corretamente ou decorar as capitais dos estados. Sendo assim, a educação contemporânea deve desenvolver, por exemplo, a responsabilidade, a comunicação, a criatividade, o pensamento crítico e a colaboração.
Este novo contexto da educação também é marcado pelo uso das tecnologias educacionais, sobretudo quando falamos da presença dos nativos digitais na sala de aula. Para muitos, a relação entre as competências socioemocionais e uso da tecnologia pode ser contraditória, mas os benefícios desse casamento podem ser surpreendentes. No ambiente educacional, as tecnologias enfrentam o estigma de tornar o estudante mais introspectivo, por exemplo, o que iria contra o desenvolvimento das competências socioemocionais, mas é preciso enxergar além. Isso ocorre porque muitos equipamentos são desenvolvidos para o uso individual e para promover o contato apenas virtual, como são as redes sociais, por exemplo. Porém, existem muitas tecnologias que são de uso coletivo e proporcionam momentos ricos de socialização, gerando oportunidades de aprendizado e desenvolvimento social e emocional.
Considero que o grande trunfo da tecnologia educacional no ambiente escolar, principalmente na educação infantil, é o seu potencial lúdico. Portanto, o objetivo é buscar soluções adequadas ao perfil dos jovens estudantes, que incentivem a inclusão e a interação. Além disso, é preciso superar também a ideia de que os jogos educativos são pouco interessantes ou até mesmo chatos. É verdade, muitos o são, mas há também jogos que, combinando recursos lúdicos e estruturados com conteúdo, podem engajar os jovens, como qualquer outro jogo. Na verdade, os jogos digitais promovem desafios e estimulam diversas competências, que tornam as crianças mais curiosas, comunicativas, concentradas e comprometidas.
A tecnologia revolucionou diversos setores da sociedade, como a medicina e a ciência, por exemplo. O que vemos hoje é um grande potencial para também revolucionar a educação Se a tecnologia é tão rica de recursos que são atraentes a esse público e se ainda pode auxiliar a desenvolver vínculos afetivos e competências socioemocionais, por que não apostar nesse caminho?
Fonte: http://www.arede.inf.br/
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