O Substituto
Tony Kaye traz uma visão desencantada do universo educacional contemporâneo
Bruno Fischer DimarchEducação
O discurso acerca da educação, seja no âmbito político, seja no senso comum, afirma que ela é a base da sociedade, da formação de cidadãos. Nela é depositada a fé em um futuro melhor, mais justo, menos violento e que trará avanços ao país. Todavia, o que se sabe sobre o atual cenário da educação?
Tony Kaye, diretor de “A outra história americana”, se debruça sobre o tema por meio de uma história de ficção que se aproxima da linguagem documental. “O Substituto” (2011), título que faz referência à personagem principal do filme, constrói uma paisagem desencantada do sistema educacional público.
No filme, a diretora da escola sofre pressão (assédio moral) dos gestores públicos por melhores resultados e os professores são retratados em um panorama existencial obscuro, fragilizados frente às demandas cotidianas e os desafios da sala de aula. Há uma tensão entre estar alheio ou envolvido com os alunos, a indefinição de fronteiras na relação entre professores, alunos e gestores e os desdobramentos dos diferentes graus de interação. Até onde se envolver mais com o processo educativo (e com os alunos) pode ter desdobramentos positivos ou perigosos? Como se relacionam os professores entre si? Qual a imagem e o lugar do professor na sociedade contemporânea? Quem é o aluno da escola pública?
“Os professores daqui, em algum momento, pensaram que podiam fazer a diferença”, relata Henry Barthes, professor que escolheu apenas substituir aulas em escolas que estejam com o corpo docente desfalcado. A personagem conduz a narrativa, sob uma ótica trágica (assumida pela personagem), deflagrando pontos delicados, problemas que muitas vezes optamos por ignorar. Barthes compara o ofício de professor a um barco à deriva, sem boia, sem colete salva-vidas. A sociedade, desde a família e os alunos, até o sistemas políticos estariam alheios à situação deste profissional.
Escrita por Carl Lund, “O Substituto” é uma obra de ficção que se alimenta da realidade, com questões que ultrapassam o contexto nova-iorquino e nos fazem questionar como é possível depositar nossa fé no futuro dentro do cenário educacional contemporâneo.
Na secretária eletrônica da escola, ouvimos a fala de um professor: “estou doente e não vou hoje, ok?”.
Tony Kaye, diretor de “A outra história americana”, se debruça sobre o tema por meio de uma história de ficção que se aproxima da linguagem documental. “O Substituto” (2011), título que faz referência à personagem principal do filme, constrói uma paisagem desencantada do sistema educacional público.
No filme, a diretora da escola sofre pressão (assédio moral) dos gestores públicos por melhores resultados e os professores são retratados em um panorama existencial obscuro, fragilizados frente às demandas cotidianas e os desafios da sala de aula. Há uma tensão entre estar alheio ou envolvido com os alunos, a indefinição de fronteiras na relação entre professores, alunos e gestores e os desdobramentos dos diferentes graus de interação. Até onde se envolver mais com o processo educativo (e com os alunos) pode ter desdobramentos positivos ou perigosos? Como se relacionam os professores entre si? Qual a imagem e o lugar do professor na sociedade contemporânea? Quem é o aluno da escola pública?
“Os professores daqui, em algum momento, pensaram que podiam fazer a diferença”, relata Henry Barthes, professor que escolheu apenas substituir aulas em escolas que estejam com o corpo docente desfalcado. A personagem conduz a narrativa, sob uma ótica trágica (assumida pela personagem), deflagrando pontos delicados, problemas que muitas vezes optamos por ignorar. Barthes compara o ofício de professor a um barco à deriva, sem boia, sem colete salva-vidas. A sociedade, desde a família e os alunos, até o sistemas políticos estariam alheios à situação deste profissional.
Escrita por Carl Lund, “O Substituto” é uma obra de ficção que se alimenta da realidade, com questões que ultrapassam o contexto nova-iorquino e nos fazem questionar como é possível depositar nossa fé no futuro dentro do cenário educacional contemporâneo.
Na secretária eletrônica da escola, ouvimos a fala de um professor: “estou doente e não vou hoje, ok?”.
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