segunda-feira, 13 de março de 2017

É interessante que essas informações podem ser adaptadas a nossa realidade...

Como o uso de indicadores pode ajudar sua escola

Empresas de todos os segmentos, há algum tempo, vêm mapeando o cenário no qual estão inseridas a fim de conhecê-lo melhor e identificar suas tendências, e o setor educacional também começa a tirar proveito dessa estratégia.
O foco do trabalho dos professores e alunos pode ser otimizado por meio da mensuração de resultados e principalmente da comparação do seu desempenho com os principais benchmarks de cada instituição. Para isso, é fundamental que metas realistas sejam claramente estabelecidas a partir de uma análise racional e realista do cenário. Uma boa estratégia é propor perguntas como:
“Qual o desempenho dos alunos das instituições que temos como referência ao serem apresentados a itens que abordam um determinado conteúdo ou que exijam uma determinada habilidade?”
“Qual o perfil histórico de desempenho dos alunos aprovados nos cursos mais procurados por nossos alunos nas universidades de sua preferência?”
“Quais características de desempenho nos diferenciam de nossos principais concorrentes positiva e negativamente?”
A alta competitividade sempre foi uma característica marcante nos principais vestibulares do país, e as políticas de acesso às universidades públicas tornou esse cenário ainda mais competitivo. A possibilidade de se acessar instituições de todo o país a partir de um único exame, o ENEM, muda completamente o perfil dos alunos entrantes em grande parte das instituições já que a barreira geográfica é reduzida.
Além disso, o sistema de cotas reduz a quantidade de vagas disponíveis aos alunos da rede privada, que costumavam ser maioria absoluta nos cursos mais disputados, criando uma competição ainda mais acirrada.
Em todos esses casos, um dos recursos mais escassos e não escaláveis é o tempo. Tanto o tempo que o professor tem com seus alunos em sala de aula para ensinar e solucionar dúvidas, quanto o tempo que o aluno tem disponível para realizar os seus estudos individuais. A otimização do tempo investido nos estudos e revisões de conteúdos reflete diretamente no desempenho final dos alunos individualmente e da instituição como um todo. É necessário que o aluno aprenda e desenvolva cada vez MAIS habilidades com MENOS tempo disponível para atingir resultados cada vez melhores.
Para que isso aconteça, cada hipótese de necessidade identificada nos alunos deve ser comprovada ou refutada através da mensuração e acompanhamento dos indicadores mais apropriados. Apesar de parecer óbvia, essa não é uma tarefa das mais fáceis, os indicadores devem estar bem alinhados à filosofia e ao planejamento pedagógico da instituição a fim de retratarem de maneira precisa a realidade da mesma.
Assim, é essencial que tanto os gestores educacionais quanto os professores se habituem a essa forma de orientar seu trabalho, pois é inútil determinar indicadores se os atores envolvidos no seu uso não souberem fazê-lo.
“De nada valem os dados se você não souber transformá-los em informações produtivas, de nada valem as informações se você não tiver conhecimento de como aplicá-las, de nada vale o conhecimento se você não é a pessoa com o poder de decisão”.
Isso significa que o uso de indicadores vem dar ainda mais poder aos professores, fornecendo a eles as ferramentas para adaptarem seu plano de ensino de acordo com a realidade da turma específica que ele tem em mãos e não mais como um modelo rígido que não leva em consideração a realidade dos alunos.

Acesse aqui a gravação do seminário online que o AppProva promoveu sobre “O uso de indicadores na educação para tomada de decisão”.

Os gestores por sua vez podem apoiar alunos e professores desenvolvendo programas focados nas dificuldades específicas de seus alunos e corrigindo planejamentos de longo prazo que não estejam apresentando os resultados adequados.
Imaginem, por exemplo, uma turma de alunos que não alcance os resultados desejados em uma avaliação de Química. Ao se analisar as habilidades e conteúdos avaliados, verifica-se que os alunos erraram de forma sistemática questões que envolviam a análise de PH. Em uma abordagem tradicional e ingênua os professores poderiam fazer revisões do tema e os gestores prepararem aulas de reforço sobre isso. No entanto, se esse gestor tivesse acesso a indicadores mais amplos, poderia verificar que aqueles alunos já apresentavam dificuldade em questões que envolviam logaritmos, ou seja, não é o conceito de Química que está falho, mas sim a falta de instrumental matemático para trabalhá-lo. Nesse caso o gestor pode criar sim aulas de reforço, mas de Matemática e não de Química.
Por fim, a questão do tempo volta a ser crucial quando se considera o prazo que se tem para sanar as deficiências dos alunos. Considerando-se o objetivo de entrar na universidade, de nada adianta identificar essas dificuldades depois dos exames acontecerem, por meio apenas de análises do desempenho de turmas passadas nos vestibulares. Como se sabe, cada “safra” de alunos foi apresentada a estímulos diferentes e sofreu a influência de líderes distintos. Assim é fundamental que se acesse essa informação específica de cada turma ao longo de sua formação para que se tome as decisões em tempo hábil para a formação dos alunos.
Estrategicamente falando, é preciso se antecipar aos resultados e ações dos concorrentes para que se possa superá-los. Por isso, é essencial que se defina quais os indicadores apresentam maior relevância para sua instituição e que mostram claramente o que se busca. Todos os elementos chave devem ser mapeados tornando possível antecipar-se aos fatos e sair na frente.

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